"Eu posso te dar o Elixir da Vida", diz Harry. "Mas eu preciso de sua ajuda com outra coisa."
"Você", diz Voldemort, cauteloso agora, cauteloso agora que o confronto não foi nada como ele esperava, um pouco incrédulo, "precisa de Lord Voldemort para...
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Harry sai do Ministério pela mesma experiência horrível de cabine telefônica que teve ao entrar, e o homem com a garganta cortada ainda está lá, sangrando do lado de fora da cabine. Exceto que agora ele está olhando diretamente para Harry. Seu rosto está pressionado tão perto que Harry pode ver o branco de seus olhos. Ele parece tão real e sólido para Harry quanto o pai estressado tentando encurralar seus dois filhos a apenas alguns metros de distância.
A boca do morto se move, mas é claro que não sai nada. Sua garganta foi cortada. Ele não pode falar. Seus dedos arranham o vidro da cabine telefônica.
Por um longo momento, ele não consegue desviar o olhar. Mas quanto mais Harry o observa, mais o rosto medonho do homem parece cheio de personalidade - e pânico - e mais foco ele traz para pesar sobre Harry.
Excelente. Isso é ... ótimo.
Harry não consegue pensar com aquela coisa olhando para ele. Ele está em Londres. OK. Onde em Londres? Para onde ele pode ir?
Ele desvia o olhar, ignora firmemente o espectro e começa a andar. Há um aperto quando o homem sai da cabine telefônica e tenta segui-lo, e isso -
Ele espera que seja algum osso de urso pardo. Ou talvez seja algo nas roupas do morto fazendo aquele som. A alternativa é que esse crunch é o som de algo real e físico sendo triturado sob um pé.
Ele olha para trás, impotente, mas não consegue ver o que pode ser de qualquer maneira. O homem está segurando seu pescoço, olhando para Harry enquanto ele tropeça para frente, movendo a boca silenciosamente.
Harry anda mais rápido. Ele se sente curiosamente como se não pudesse respirar.
Morfin. Inferno. Ele verá Morfino, obterá seu sangue, fará a poção. Vai ficar tudo bem. Suas mãos estão suando.
Atrás dele, algo faz barulho. Está perto. Ele não sabe o que pode ser, mas ele recua e começa a correr de qualquer maneira. Ele não pode evitar.
Ninguém presta muita atenção a uma criança correndo de dez anos. As crianças estão sempre sob os pés.
São alguns quarteirões antes que ele diminua a velocidade, e então, quando ele se arrisca a olhar por cima do ombro novamente, Harry vê muitas pessoas, mortas em grande parte distinguíveis dos vivos apenas por suas roupas velhas e o trauma evidente do pedágio na estrada de Londres. Mas o homem com o pescoço cortado não está lá.
Ele expira lentamente e se sente repentinamente muito estúpido.
O que ele está fazendo correndo rua abaixo para fugir de algo que mal pode tocá-lo?
Ele não tem medo de fantasmas. Ele conhece fantasmas. Alguns deles estão até bem - o Friar, por exemplo, ou Nick Quase Sem Cabeça.
Ele não tem medo dos mortos. Eles estão mortos . Também pode ter medo de pinturas.
