29:corpo na água

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    Hoje acordei bem feliz. Eu e o Matias dormimos juntos e quando acordei ele dormia profundamente.
  Fiquei olhando para ele e vi o quanto ele era lindo. Cada traço do rosto dele dizia que ele era um anjo.
   Era tão bom saber que nada mais nos impedia de ficar juntos.
   Eu me levantei e fui tomar banho e escovar os dentes. Hoje era mais um dia pesados na sede.
   Não só por causa do treinamento mas porque agora eu era a aberração dos anjos.
  Todos em olhavam como se eu fosse um monstro ou uma traidora.
   Já estava me cansado disso.
   Mas hoje quando chegamos a sede os olhares não vieram para mim como sempre.
   Hoje eles estavam bem afobados com algo. O que será que tinha acontecido?
   Encontrei o Erik junto com a Alexa.

— Ou Erik. Você sabe o que está acontecendo?
   
   Ele olhou para mim.

— É a Bonnie.

   Eu olhei para ele indignada.

— O que ela fez dessa vez? Agora eu mato ela de verdade.

   Ele olhou sério para mim.

— Não vai precisar. Ela já está morta.

   Eu olhei para ele depois para o Matias que estava inexpressivo.

— Você está falando sério? Como você sabe ?

    Ele apontou para o mesmo quarto onde o Matias havia ficado quando quase morreu envenenado por aquela louca.

— Porque ela está lá. Encontramos ela boiando no Rio East.

— Já não era sem tempo.— disse Matias.

   Eu fui até lá e fui abrindo passagem com as mãos entre as pessoas. Tinha uma mini multidão ali para ver o que estava se passando.
   Quando consegui ultrapassar a barreira de pessoas vi ela deitada na cama.
   Nem parecia a mesma Bonnie que eu via todos os dias. Ela enérgica e devo confessar, extremamente linda.
  Seus cabelos ruivos estavam todos bagunçados e molhados.
  Cheguei mais perto dela e olhei para o Erengilses que estava ali para ver a causa da morte.

— E então? O que aconteceu com ela ?

  Ele me olhou com seus olhos azuis extremamente gentis e sérios.

— Ela morreu com um ferimento em seus abdômen. Provavelmente de uma espada katana.

  Olhei para sua blusa preta que estava rasgada no abdômen com a ferida aberta.

— Quem horror. E quando vamos enterrá-la?

  Ele olhou para mim.

— Nós não podemos enterrá-la no mesmo lugar dos anjos celestiais. E pelo jeito os anjos da morte também não quiseram enterrar ela. Provavelmente foi o Abbadom que a matou. Ela não teve a honra de ser enterrada como um anjo.

   Eu pensei.

— Mas e então? Vamos deixá-la aí, apodrecendo ? Precisando enterrá-la em algum lugar.

   Ele deu a volta na cama e passou por mim em direção a saída.

— Sim,nós vamos enterrá-la. Mas ela não terá a honra de ser enterrada como um anjo.

  E então ele saiu.
  Fiquei ali olhando para ela.
  Era estranho ver ela morta. Eu queria tanto a minha vingança contra ela por tudo que ela havia feito,mas....agora que eu via ela nessa cama sem vida não sabia mais.
  Senti alguém tocando meu ombro.

—Esta tudo bem ?— disse uma voz feminina.

  Me virei de costas e vi que era a Alexa. Ela estava com seus cabelos cacheados presos a um coque.
  Ela me olhou preucupada.

— Sim está— disse concordando.— Agora ela não pode fazer nenhum mal a quem eu amo.

  Ela sorriu.

— Sim,isso é verdade. Mas eu te entendo agora. Você se sente mal pela morte dela não é?

  Eu olhei desconfiada para ela.

— Sim. Eu nunca fui o tipo de garota que gosta de vingança e de ver a morte das pessoas. Por mais ruins que elas sejam. Mas...

  Ele esperou.
  Ela estava com um olhar compreensível,como se quisesse que eu desabafasse.

— Mas...— ela me encorajou.

  Suspirei.

— Mas agora que eu descobri que sou um anjo e entrei nesse mundo só vejo mortes acontecendo. Só vejo guerra e vingança. Eu não gosto disso. Eu sei que terei que matar como fiz lá na passagem secreta do castelo.

   Ela sorriu docemente.

— Eu te entendo. De verdade. Eu também não gosto de toda essa guerra. Se fosse por mim viveria entre os humanos,onde não tem anjos da morte e nem Abbadom.

  Me surpreendi com sua resposta.

— É sério? Eu não imaginava que você queria ir para o “ mundo dos humanos".— eu disse.

  Ela sorriu.

— Sim eu queria. Nunca gostei dessa guerra toda entre anjos celestiais e da morte. Mas é meu dever, então não tenho escolha.

  Nós ficamos alguns minutos em um   silêncio absoluto e constrangedor.

— Eu queria dizer— eu e ela falamos ao mesmo tempo.

  Nós demos risada.

— Pode falar primeiro — eu disse.

  Ela sorriu e depois ficou séria.

— Então aquele dia que você viu o Erik e eu juntos...

— Não precisa se explicar — eu a interrompi.— Eu já consegui entender isso. Tudo que eu quero é que vocês sejam feliz. Eu só estava com ciúmes porque o Erik sempre esteve comigo e eu não queria perdê-lo.

  Ela sorriu.

— Obrigada. Mas eu ainda tenho que esclarecer que quando eu disse que você parecia vidro é porque você pode até ser frágil,mas se alguém mexer com você,se machuca. Da mesma forma que o vidro faz.

  Eu sorri com o que ela disse.

— Obrigada. Então podemos ser amigas?

  Ela olhou para mim.

— Não.

Parei de sorrir.

— Nós agora somos cunhadas e irmãs.

  Dei um sorrisinho.

— Tudo bem então.

  Não então saímos do quarto e fomos treinar.
  O Erik tinha ficado bem feliz com essa aproximação entre nós duas.
  Era bom ver o sorriso dele e saber que ele estava feliz.
    Depois que terminamos de treinar o Matias disse:

— Isso merece uma festa — disse o matias.— Hoje a noite na casa do Erik.

  O Erik olhou para ele.

— Na minha casa? Não estou lembrado de ter permitido uma festa na minha casa seu folgado.— disse sorrindo. Vi que ele estava brincando.

  O Matias sorriu e colocou o braço em volta dos ombros do Erik.

— Não seja pão duro. Mostra para sua garota que você ama ela dando uma festa.

  O Erik revirou os olhos e a Alexa sorriu.

— Só você. Então você vai organizar a festa.

O Matias sorriu.

— Claro. Vou chamar geral.

  E então me deu um beijo na boca e foi aos preparativos da festa a noite.
Estava ansiosa. Seria legal uma festa para sair dessa rotina cheia de morte, missões e anjos da morte.

anjos celestiais:vale dos segredos  {Completo}Onde histórias criam vida. Descubra agora