𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]

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Ret🐉

Anna: oi chegou o amor da sua vida.- ela falou abrindo a porta e jogando a bolsa no sofá.

Ret: iludido é pior que doido.- ela mandou dedo.

Anna: como tão as coisas aqui?- ela veio me abraçar.

Ret: tudo mec. Por que tu demorou a vim de novo?- falei passando a mão no cabelo dela.

Anna: tava ajudando a Karina na mudança, ela tá morando numa casa aí no morro, tava ajudando ela a se organizar.- assenti e olhei pra televisão.

Ficamos lá assistindo até o celular dela tocar, ela atendeu e começou a fazer umas expressões nada boas.

Anna: calma, eu tô chegando em casa mãe, relaxa. Não se apavora por favor.- ela pegou a bolsa.

Ret: o que foi?- falei assim que ela desligou o celular e ia sair.

Anna: não dá pra explicar agora, por favor me leva na barreira logo.- olhei pra ela preocupado e a gente saiu.

Deixei ela na barreira.

Anna: tchau, prometo que volto e conto tudo, mas não se preocupa.- ela me deu um selinho e saiu correndo pra pegar um táxi.

Eu ein, já é a segunda vez que isso acontece.

Anna ✨

Anna: mãe?- abri a porta e vi o tal de Carlito na sala.

Engoli seco e vi minha mãe chorando muito no sofá.

Anna: o que tá acontecendo aqui?

Carlito: o Turco mandou vim pegar as coisas da Geovana.- olhei sem entender.

Anna: quê? Por que?

Dalva: ele falou que a minha filha se envolveu com esse Turco, um traficante, dono de morro e que tá grávida!- ela falou chorando e eu arregalei os olhos.

Anna: quê? A Geovana tá grávida?- olhei pra ele.

Carlito: tá pô. Foi com umas histórias de querer largar ele, descobriu a gravidez, disse que não ia querer a cria aí o Turco surtou, ameaçou matar vocês se ela deixasse ele e agora ela vai ter que ficar lá até ela ter a cria.

Anna: caralho!- passei a mão na cabeça - eu quero falar com ele!

Carlito: pode vim o papa, quando o Turco decide uma coisa já era Anna.- neguei vendo minha mãe.

Dalva: você já sabia né?- suspirei.

Anna: não queria te preocupar, você não tá muito bem, olha seu estado mãe.- ela negou.

Dalva: eu tinha o direito de saber, isso me destruiu mais ainda.

Anna: Por que você falou a ela? Ela é doente cara, se ela piorar...

Carlito: ela ia saber uma hora ou outra quando a filha não aparecesse.

Anna: Mas eu ia...- ele me interrompeu de novo.

Carlito: ia o que? Da um jeito? O Turco não é gente boa, melhor tu fazer o que ele manda, só me entrega as coisas da Geovana e vai viver tua vida, não mexe com o Turco não Anna. Tua irmã escolheu essa vida, agora ela tem que aguentar as consequências.- senti as lágrimas descendo.

Subi pra pegar as coisas dela e quando desci entreguei a ele.

Carlito: vai viver tua vida com a tua mãe cara, a Geovana já aprontou demais, agora tá na hora de pagar.- ele falou indo pra porta.

Anna: por favor não deixa nada acontecer com ela.

Carlito: Iih vou ver o que posso fazer durante esse tempo, fé. - ele subiu na moto e sumiu.

Quando fechei a porta e virei vi minha mãe, ela tava em choque ainda, ou negação talvez. Ela não quis ir atrás da Geovana, não falou mais nada, só chora agarrada com uma foto dela.

Eu entendo, tô sentindo a mesma dor. Vi ela crescer, ajudei a cuidar dela, sempre amei ela, minha irmã e ver o que ela fez com a vida dela machuca, muito.

Porque a gente só quer o bem de quem a gente ama, sempre.

Imagina a dor de uma mãe vendo o filho nessas situações, viu ele dentro do útero, gerou aquela vida, cuidou e no fim acontecer algo ruim, isso dói.

Espero que ela se recupere e não se entregue a dor, não quero perder ela também.

Mandei uma mensagem pro Filipe, falei que não ia lá por uns dias, até minha mãe se recuperar, contei a história pra ele. Ele até quis ajudar, mas nem da.

Não quero que ele arrume outro inimigo por minha causa, como o Carlito disse, agora ela tá arcando com as consequências.

É o preço que ela tem de pagar, mesmo que doa na gente, não tem o que fazer, só aceitar e deixar o tempo curar.

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