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Já tava de noite e minha mãe ainda continuava na mesma, tomou os remédios mas não adiantou.

Dalva: vai trabalhar Anna, eu vou ficar bem.- fiz careta.

Anna: sua saúde vem primeiro dona Dalva, vou me arrumar pra te levar no médico e ponto.- sai do quarto e deixei ela resmungando.

Me arrumei e mandei mensagem pro Maurício avisando do problema, minha mãe vem em primeiro lugar gente.

Anna: vamo, já chamei o uber.- ajudei ela a terminar de se arrumar e descemos.

A Geovana não sei nem por onde tá, desde que nos mudamos ela mal para em casa, fico preocupada e minha mãe mais ainda.

Quando o uber chegou entramos e depois de um bom tempo finalmente chegamos.

Agora só falta esperar o médico atender, coisa que é bem demorado no sus, mas é o que temos.

Anna: ô mãe cê tá tomando os remédios direitinho?

Dalva: tô Anna, isso deve ser só uma virose.- ela suspirou.

Depois de quase 2 horas esperando o médico finalmente atendeu, entramos na sala e ele ficou consultando ela enquanto eu esperava.

Doutor: então... é um resfriado, mas porque a dona Dalva tá com a imunidade muito baixa. Isso é péssimo, pois ela já tem um quadro clínico não tão bom né...- assentimos - eu vou passar umas duas vitaminas pra ela tomar durante 1 semana, isso vai resolver, mas não se descuida Dalva.

Dalva: ok doutor.

Ele escreveu o nome das vitaminas no papel e disse que ela tomasse todas até acabar, mesmo que passasse a semana.

Dalva: tá vendo aí é só uma gripe.- ela falou enquanto a gente saia do hospital e esperávamos o uber.

Anna: é vai nessa pra você ver.- ela negou rindo e o uber chegou depois de uns 10 minutos.

Entramos e quando cheguei em casa paguei e entramos. Ela subiu pro quarto dela enquanto eu fui na farmácia aqui do bairro mesmo comprar as vitaminas.

Até que são baratinhas, tava esperando ser uma coisa mais cara, mas amém né.

Quando cheguei já dei a primeira vitamina a ela e quando ela dormiu fui me deitar também. Nem avisei a ela que a Geovana ainda não chegou.

Acordei escutando um barulho da porta batendo lá em baixo, me levantei na força do ódio e morrendo de medo de ser um assalto.

Quando abri a porta vi um cara todo tatuado segurando a Geovana e uma menina lá atrás esperando ele no carro.

A Geovana tava num estado péssimo, conseguia nem ficar em pé, certeza que tá drogada e bêbada.

Anna: que porra ela usou?

- droga fia, ela cheirou pó achando que era maquiagem.- suspirei e peguei no braço dela.

Anna: aonde ela tava? E quem deu isso a ela?

- o lugar que ela vai todo dia pô, morro do Jacarezinho.

Anna: ela tá indo pra lá? Não sabia.- ele deu de ombros.

- fé. - ele saiu e a Geovana mandou beijo e tava rindo à toa.

Anna: você só da trabalho. - falei fechando a porta e ela se soltou de mim e caiu no sofá.

Geovana: vai se fuder Anna, você é a santa, toda pura né.- ela falou embaraçado.

Anna: não sou santa, nunca fui. Mas também não fazia as merdas que você faz, a mãe não merece isso! Ainda bem que ela tá dormindo, pra não ver teu estado.

Geovana: blá blá blá. Mó otaria, mal vejo a hora da minha vida mudar, vou ficar bem rica e poderosa e me mandar daqui.

Anna: torço pra isso mesmo, pro seu bem.

Geovana: você vai ver Anna, vou ficar poderosa.- assenti e puxei ela pro banheiro.

Liguei o chuveiro com a água gelada da madrugada e empurrei ela embaixo que começou a gritar.

Anna: cala a boca porra, vai acordar a mãe.

Tirei ela de lá e levei ela pro quarto, vesti uma roupa nela e ela caiu na cama dormindo.

Enquanto ela dormia fiquei olhando e lembrando o quanto ela mudou, sinto tanta saudade daquela Geovana inocente, doce...

Agora ela tá rebelde pra caralho, tem inveja de mim só porque tô ganhando dinheiro, e mesmo vendo a situação da nossa mãe não se importa nem um pouco.

Escutei a porta batendo mais uma vez e sai, quando abri dei de cara com o Ret, ele tava com o olho vermelhão.

Anna: o que você tá fazendo aqui porra?- empurrei ele e sai pra fora fechando a porta.

Ret: te esperei e nada de tu aparecer.- ele falou serinho.

Anna: eu não pude ir, o Maurício não te falou?- ele assentiu.

Ret: tua mãe tá melhor?- assenti - ele disse que tu ia chegar depois que voltasse do hospital, tava esperando até agora.

Anna: filho da puta, eu não disse isso a ele.

Ret: e aí vai aceitar minha oferta?- suspirei.

Anna: o Maurício já fez isso por mim né?

Ret: mas não é o Maurício que vai aceitar por tu porra, é tu que tem que escolher.

Anna: quanto você vai me pagar?- encarei ele serinha.

Ret: 15 mil por mês pra tudo, as saídas e as transas.

Caralho é muito dinheiro.

Anna: fechado.- ele sorriu de lado.

Eu sei os perigos que eu corro em sair com um dos bandidos mais procurados do RJ, mas o sigilo tá aí pra isso né.

E com esse dinheiro eu vou poder ajudar minha mãe nos tratamentos, remédios.

Anna: só não vale se apaixonar Ret.- ele me olhou com deboche.

Ret: não precisa se preocupar Estrellinha.- ele passou o dedo no meu queixo e saiu andando.

Ok, isso é meio estranho. Por que ele vai me pagar um valor fixo pra sair com ele e tudo mais sendo que ele pode ter a mulher que quiser de graça no morro?

𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]Onde histórias criam vida. Descubra agora