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Ret🐉
3 meses depois

Acabei de voltar de uma reunião e pedi ajuda dos manos de outras favelas porque o Diogo tá muito quieto e sei que quando ele fica assim é porque tem bomba vindo.

Puta que pariu minha cabeça tá a milhão, com várias fita na mente. Medo de acontecer alguma coisa com quem eu amo.

Eu ainda mato esse pau no cu.

Entrei em casa e era cedo, a reunião durou a madrugada toda. Eram umas 5 horas da manhã. Fui pro quarto, mas não vi a Anna.

Porra coração chega acelerou, sei que essa hora ela ainda tá dormindo e não tô vendo ela, e nem vi ela lá embaixo.

Escutei um barulho no banheiro e deduzi que ela tava lá, bati na porta e nada de respostas então abri a mesma e vi ela ajoelhada no chão vomitando no vaso.

Ret: caralho que alívio.- coloquei a mão no peito e ela me olhou estranho mas logo voltou a vomitar.

Ret: quer dizer, alívio por tu tá bem... não pera, por tá aqui.- segurei o cabelo dela e quando ela terminou ajudei a limpar.

Ela escovou os dentes e eu fiquei esperando uma resposta.

Anna: pensei que ia vomitar minhas tripas.- ela falou passando a mão na barriga indo pra cama.

Ret: tá, mas por que tu tava vomitando? Tá doente?

Anna: acho que minha enxaqueca tá voltando a atacar.- ela se cobriu com uma cara péssima.

Ret: tu quer ir no médico? É melhor.

Anna: não, relaxa. Quando era mais nova tinha enxaqueca, passei a noite quase sem dormir.- neguei.

Ret: beleza, vou trazer água pra tu.- ela assentiu.

Desci até a cozinha e vi um papel em cima da mesa aberto, fui olhar pra ver os que era né, e me deparei com um teste de gravidez dizendo positivo.

Ret: Anna? E isso aqui? Tu tá grávida?- ela gargalhou.

Anna: isso é da Karina, ela deixou aqui há uns meses quando ela fez o exame, tava mexendo nas coisas e achei.- olhei suspeito pra ela que negou - é sério Filipe. Se eu estivesse grávida você seria o primeiro a saber, mas vai demorar ainda, não quero filho agora.

Neguei dando o copo de água a ela.

Fiquei preocupado pô, uma criança agora não é uma boa com essas ameaças do Diogo. Claro que eu ia ficar feliz, mas é melhor agora não, já não basta o risco que a Anna tá correndo, imagina se tiver grávida.

Deitei na cama abraçando ela e eu acabei dormindo.

Quando acordei fui tomar banho e desci pra tomar café, vi a Anna sentada no sofá assistindo. Quando terminei de comer peguei minha arma e ia pra boca.

Ret: tô indo, mais tarde eu chego.- falei indo pra porta e ela só balançou a cabeça.

Ret: já ia esquecendo, cê tá melhor?

Anna: tô, relaxa. Beijo.

Sai de casa e quando virei a moto no beco ouvi barulho de tiro, vários. Me assustei jogando a moto de lado e me escondi tentando fazer contato com o radinho.

Dedé: chefe?- ele falou pelo rádio.

Ret: que porra é essa? O desgraçado tá invadindo?

Dedé: é pô, ele chegou agora de surpresa.- passei a mão no rosto.

Ret: filho da puta, onde vocês tão?

Dedé: na boca, só esperando teu comando pô.

Ret: pois pode descer metralhando nesse caralho, quero matar ele e a tropa dele.- desliguei o radinho e fui andando escondido.

Vi um cara passando e já meti bala, tiro foi certeiro no peito. Passei pelo corpo caído no chão e subi em cima de uma casa e fui andando em cima delas.

Meti bala em um monte que vi, mas só consegui matar 2 até agora. Só queria mesmo era o filho da puta.

Consegui chegar na boca e vi os vapores ao redor se escondendo e atirando.

Desci e cheguei do lado do Carlos e do Dedé.

Carlos: que susto porra.- fiz careta.

Ret: fica esperto carai.

Dedé: Iih ele tá recuando.

Ret: quê? Recuando?

Dedé: é pô, ele tá perdendo muito vapor, a gente matou alguns e tem muitos feridos. Ele achou que ia pegar a gente de surpresa.

Ret: otário.- neguei rindo.

Ele recuou e eu entrei na boca com os meus vapores, tinha muitos feridos também, mas nada grave.

Ret: cês tão ligado que ele só deu uma trégua ne? Daqui uns dias eles vão atacar de novo e dessa vez vai ser pra valer, eu conheço aquele filho da puta. Vou acionar os reforços dos meus manos pra que a gente já esteja preparado, ele não vai ganhar essa guerra, nem fudendo.

Carlos: pode pá. Boto fé viu.- geral concordou e eu liberei eles.

Fui pra casa, afinal a Anna deve tá preocupada.

Anna: meu Deus você tá bem?- ela veio me abraçar.

Ret: tô Estrellinha, relaxa.- ela continuou abraçada comigo.

Anna: porque você não me disse que o morro tá com ameaça de invasão? Poxa eu fiquei a beira de ter um treco aqui.- ela falou colocando minha mão no peito dela que tava com o coração a mil.

Ret: não queria te preocupar Anna.- ela negou.

Anna: fiquei mais ainda por você não ter avisado.- ela foi na cozinha beber água - por isso você anda assim há meses né?

Ret: assim como?

Anna: distraído pô, todo pensativo.- suspirei.

Ret: mas eu chamei os reforços dos manos, vai ficar tudo bem. Relaxa, eu só quero que você fique bem e não dê bobeira por aí.- encarei ela.

Anna: não precisa se preocupar comigo, eu sei me cuidar.- neguei e subi pro quarto.

𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]Onde histórias criam vida. Descubra agora