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Ret🐉

Terminei de conferir o carregamento que tinha chegado e sai da boca, guiei minha moto pra fora do morro e fui até a casa da minha coroa.

Ela e meu irmão moram aqui em baixo, preferi mandar eles pra cá, lá em cima eles correm perigo, tenho muitos inimigos e isso é um ponto fraco que eles podiam usar contra mim. Por isso ninguém sabe da minha mãe e meu irmão, só os de confiança.

Ester: olha quem resolveu aparecer!- ela fez cara de deboche quando abriu a porta e me viu.

Ret: também te amo coroa.- dei um abraço nela e entrei.

Lucas: lembrou que tem família?- mandei dedo pra ele que riu e voltou a atenção pro celular.

Ret: foi mal o sumiço pô, tava resolvendo uns b.o.

Ester: foi mal não, foi péssimo Filipe!- ela cruzou os braços e depois sentou no sofá.

Ret: já resolvi umas parada e prometo que vou ficar mais presente, ou tentar.

Lucas: alá, já mudou pra talvez.

Ret: ah cala a boca Lucas.- ele negou rindo.

Ester: só não me deixa sem notícias suas filho, eu fico preocupada caralho, sei muito bem os perigo que tu corre pela vida que tu leva.- assenti.

Ret: prometo que vou mandar notícias quando eu sumir, mas eu vou tá bem, sei me virar pô.- ela fez careta.

Ester: e aí como anda o morro? Sinto tanta falta de lá, morei por anos...- ela suspirou.

Ret: tá do mesmo jeito mãe, só algumas coisas mudaram, mas coisa pouca tá ligada?- ela assentiu - mas ó, eu prometo que em breve você pode subir pra ver o morro, e se pá morar lá de novo.

Ester: ai Filipe eu espero isso por anos, não me ilude mais porra!- gargalhei.

Ret: papo reto pô.- ela fez careta e eu neguei rindo.

Ester: hm, quero ver ein.

Ret: tu ainda vai tá viva coroa, nós vai tá, pra tu voltar pra lá. Mas tu sabe que agora é perigoso...- ela assentiu suspirando.

Pô ela ficou mó tristona em ter que sair do morro anos atrás, quando comecei a comandar. Muitos devem pensar que se fosse outro ia tá comemorando por sair do morro, mas na real, a maioria que nasceu e cresceu em uma favela até que gosta das suas raízes, claro que vai querer uma melhora, mas ninguém nunca esquece.

A maioria do povo gosta das suas raízes né.

Ainda mais ela que nasceu e cresceu naquele lugar pô.

Ret: e ae tão precisando de alguma coisa?

Ester: não, tá tudo bem aqui. Tô trabalhando, conseguindo minha grana e pá.- assenti.

Minha mãe trabalha aqui no asfalto, já disse a ela que bancava ela e meu irmão, mas quem disse que quer?

Nem insisto pra não sobrar pra mim.

𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]Onde histórias criam vida. Descubra agora