Capítulo 27: Das Cinzas Renasceu

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· Andrew narrando ·

─ Wes, crie uma barreira em volta da base ─ Meu pai comandava. Aquilo já estava uma bagunça. Pessoas correndo de um lado para o outro, como formigas depois de você chutar seu formigueiro. ─ Floyd, distribua as armas, Janet, fique nas câmeras, Andrew, acompanhe o resto das pessoas e garanta que estão a salvo. Eu vou ter uma conversinha com Campbell ou qualquer um de seus cúmplices.

A noite chegava, menos soldados queriam ajudar e mais perigoso ficava. Cada um começou a fazer o que havia sido ordenado. Todos já estavam inquietos sobre o que estava ocorrendo desde que o alerta vermelho tinha sido soado. Ninguém questionava, apenas sabiam que algo não estava bom. Todos menos Amberly, que não parava quieta atrás de mim, como uma criança perdida em uma excursão de escola. Me fazia várias perguntas sobre: o que havia ocorrido, para onde iriamos, o que ela deveria levar para o subsolo, entre muitas e muitas outras perguntas. Eu estava exausto demais para prestar atenção nela.

─ Onde está Janet? Papai? ─ ela cruzava os braços enquanto olhava pra mim, que estava tentando deixar todos em ordem. Não que o desespero dela não seja justificável, porém não estava com cabeça para respondê-la. ─ Chamaram Janet quando estávamos almoçando do nada, não parei de pensar no que seria até que soassem o alerta.

─ Se ficar quieta, eu posso te responder tudo que quiser saber depois. ─ A agarrei pelos braços, a encolhendo, tentando fazer como se de alguma forma ela ficasse quieta.

─ Ta, pode ser. ─ Ela olhava para o chão enquanto eu a soltava.

Mas nem sempre eu tinha resposta para todas as perguntas. Eu só participava de algumas reuniões porque o líder, o chefe, o alfa, era o meu pai. Se ele não fosse nada isso, eu seria inútil. Nem sempre podemos ser importantes, não é? Mas paciência, um dia isso pode mudar.

Tentava guiar todos, mas eu não estava sozinho. Haviam mais dois companheiros me ajudando na organização, um homem alto de olhos puxados e uma garota de pele morena e longos cabelos loiros, também descendente de asiáticos. Eles tinham aparência semelhante, porém não tive coragem de perguntar se são família. Provavelmente eram um pouco mais velhos que eu. Andei por toda a base procurando mais gente, mesmo não tendo muitas pessoas. Conseguimos trazer todo mundo para baixo antes que os Purificadores chegassem. As câmeras espalhadas pela cidade conseguiram captar o ataque, por isso conseguimos nos preparar. Muitas outras bases da resistência estavam caindo, Atlanta era a próxima e logo a nossa, não sabemos os planos dos Purificadores, muito menos de Campbell, o líder, não temos tendo contato com ninguém de fora faz muito tempo. O tal do médico de Atlanta duvidamos que ele ainda venha nessas circunstâncias, se vier será um milagre.

─ Andrew, venha cá. ─ Floyd me chamava antes de eu conseguir entrar no subsolo. Fui até ele me perguntando o que seria. ─ Mudança de planos. Seu pai quer que você vá com ele conversar, você já conhece essas pessoas. ─ Engoli em seco e senti um calafrio na espinha. Meu maior medo era que eles cravassem uma bala na minha testa, mas não acho que meu pai esteja muito preocupado com isso.

─ C-Certo, pode deixar. ─ Balancei a cabeça e fui direto para o pátio, que era de frente para a porta principal. Meu pai já me esperava com os braços cruzados, provavelmente nem ele estava pronto.

─ Preciso de você para distrair os caras. Não precisa se mexer muito, eu consigo lidar com todos. ─ Ele garantia.

─ Você não se preocupa? E se eles me derem um tiro ou sei lá? Você parece que nem liga. ─ rebati.

─ O que? Claro que me preocupo. Se eu não me preocupasse não teria armas apontadas pra eles para te proteger. ─ Ele me olhava como se eu fosse um idiota.

Do lado de fora dava para contar 3 carros, praticamente tanques de guerra blindados. A luz do poste refletia na blindagem preta do carro, dando um ar de suspense. Me dava um frio na espinha só vendo o rosto deles, cheios de cicatrizes. Um homem, careca, ia saindo de uma van em nossa frente, provavelmente um amiguinho do Campbell. Minha vontade de encara-los se diminuía a cada minuto.

Eles estavam armados até os dentes, sabiam que tínhamos homens preparados para atirar em lugares escondidos. Acho que eu e meu pai não deveríamos nos expor tanto assim. As intenções desses caras são nos matar, isso é certeza. Eu não sei se ele ta tentando um tratado de paz, ou se ele ta só sendo a isca para nossa resistência matarem-os.

─ É melhor não virem com nenhum truquezinho pra cima de nós ou não teremos conversa. ─ ele dizia enquanto andávamos para fora da base. Agora não temos mais salvação, pensei.

─ Diga o que veio fazer aqui, Jace. ─ Meu pai e ele se conheciam, não podia ser uma surpresa também.

─ Campbell pediu para te mostrar uma das nossas mais novas armas. ─ Jace foi para o fundo da van e abriu a parte traseira, onde estaria a tal arma. Minha tensão apenas crescia, meu sangue circulava aceleradamente. O nervosismo era tão grande que eu suava igual a um porco, sorte que a noite dava para disfarçar.

Imaginava se seria algo grande, enorme, tão forte que ninguém puderia para-lo; também poderia ser algo pequeno, mas com um poder inestimável. A tal arma foi saindo aos pouquinhos, parecia mais uma pessoa. Até que da escuridão da noite, sem conseguirmos enxergar direito, mostrou que era apenas...

Erik.

Meu pai logo começou a implorar para que atirassem em Erik, nos armados. Eu nunca vi ele berrar tão desesperado. Erik tinha um olho mudado de cor agora, branco, e ainda tinha uma cicatriz atravessando o olho que mudara de cor. Meu pai, desesperado, criara duas adagas na tentativa de se proteger, no caso eu fiz o mesmo. Estamos sozinhos agora.

─ Andy. Retorne para dentro e avise os outros, não volte para cá. Tente usar o teleporte da Amberly novamente. ─ Balancei a cabeça, concordando. Usei tudo que tinha e me teleportei para o subsolo, onde ninguém podia mais me ver. Quando me viram sozinho, exigiram uma explicação, porém eu não conseguia nem responder as minhas próprias perguntas.

I Think We're Alone Now - Temporada 1 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora