· Andrew narrando ·
─ Tem uma gangue atrás da Amberly! ─ cheguei gritando e suado da cabeça aos pés por causa do calor.
Quase não sentia mais minhas pernas por causa do cansaço de dirigir. Eu precisava de um banho e beber água, faz 11 horas que não bebo nem como nada. Erik chegou olhando para meu estado. Segurei-o firmemente, agarrando seus braços, enquanto olhava-me dos pés a cabeça esforçando-se para entender o que eu dizia. Não conseguia terminar uma frase compreensível.
─ Quer que eu chame a Amberly? ─ não precisava dela agora, mas acho que foi apenas isso que ele conseguiu absorver o que eu balbuciava. ─ Se acalma, Andrew. Não da pra entender o que você fala.
Comecei a pensar em outro jeito de explicar a situação. Amberly... poderes... purificadores. Purificadores, isso. São eles que estão atrás de nós, de Amberly, eles podem chegar a qualquer momento se tivessem me seguido.
─ Purificadores ─ foi a única coisa que consegui falar. ─ Purificadores!
─ Você foi pego? ─ confirmei, balançando a cabeça. ─ Acha que foi seguido?
É bem possível. Eu também não sabia, estava muito concentrado em sair de lá vivo. Com certeza eles aproveitaram minha fuga para me seguir e achar a base, não são idiotas. Erik acionou um alerta de possível invasão, para todos se prepararem se precisarmos nos esconder. Não era minha culpa, só não pensei em tudo que podia acontecer. Minha visão começou a ficar embaçada, parecia que ia desmaiar.
Erik me segurou e me levou até meu quarto, onde Amberly estava, e chegou já avisando:
─ Ele foi pego pelos Purificadores. Cuida dele. Eu preciso avisar Trent sobre isso, pode ser que tenham seguido ele. ─ me colocou em cima da cama e logo saiu, apressado.
─ Andy? ─ se aproximou de mim, que não aguentava ficar mais um segundo com os olhos abertos. Ela me deu um tapa que chegou a arder por todo meu rosto, mas estava cansado demais para revidar. ─ Ta vivo? ─ me balançou logo em seguida.
Capotei igual a um urso em hibernação logo em seguida, acho que nunca estive tão cansado em toda a minha vida. Foi um alivio para o meu corpo finalmente deitar e dormir depois de um tempo fora, mesmo o colchão ja sendo meio gastado. Acordei com alguém me levando nas costas, não era Erik e muito menos Amberly, não consegui identificar quem era.
─ O que ta acontecendo? ─ me soltei dele.
─ Estamos em alerta vermelho. Você foi seguido e agora temos que nos proteger. ─ ele explicou enquanto continuava a andar.
─ Eu quero lutar. ─ afirmei.
─ Tem certeza? Não parece muito bem. ─ é verdade, eu estava detonado.
─ Me leve até Trent, agora! ─ ordenei.
Mudamos nosso rumo e ele foi me ajudando a ir até meu pai, que eu não fazia ideia de onde estava. Consegui ouvi tiros e alguns gritos ecoando pela base, as paredes do corredor não escondem o som muito bem. A batalha ja havia iniciado. Comecei a pensar que, por causa de mim, pessoas iriam morrer agora. Como consegui ser tão idiota pensando que não seria seguido? Agora eu preciso consertar o que fiz, até se isso custar minha vida. Meu pai estava em uma sala escondida observando tudo. Quando ele me viu entrando fez uma cara parecida com quando ele quase nos expulsou, desprezo.
─ Eu não deveria ter te mandado, eu não deveria ter te deixado ficar pra inicio de conversa. ─ ele repetia.
─ Eu não tenho culpa, ok? ─ Me defendi.
─ Esse lugar vai terminar em ruínas e a culpa vai ser de quem? Adivinha? Sua! E tudo que eu conquistei aqui vai ser derrubado, por que? Porque você foi burro demais em não se tocar que eles estavam te seguindo! ─ ele esbravejava. Um pouco depois de dizer isso, a parede da que dava acesso aos corredores havia explodido. Nos escondemos no mesmo segundo atrás de uma das mesas da sala dele, agachados.
Onde estaria Janet nisso tudo? Erik? Amberly? Eu não sei. Minha respiração falhava com toda essa pressão pra cima de mim, quando meu pai percebeu que não estava bem, eu estava com medo, ele segurou a minha mão e me olhou pela primeira vez como se me desse esperança, esperança de conseguir sair dali vivo. Pela primeira vez não tive desgosto em estar ao lado dele. Ouvi alguns tiros vindo de baixo, nós estávamos num andar acima, não sei se o objetivo deles é nos matar, além do mais o plano deles é nos escravizar.
─ Eles não estão nos matando, estão nos capturando ─ cochichei para meu pai. Não tive tempo de conversar com ele depois que cheguei. ─ Temos que ir la e impedir que isso aconteça. Vão nos usar para criar armas, armas que destroem a própria espécie. A parede foi um exemplo disso, tenho certeza que foi um mutante.
─ Como pode ter certeza? ─ Ele perguntou preocupado. Dessa vez, não estava zangado.
─ Confie em mim pelo menos uma vez em toda sua vida, eu sei o que estou falando. Me desculpe se eu falhar agora, preciso de você. ─ Saímos com cuidado da sala tentando não fazer barulho.
Algumas pessoas que estavam escondidas ali ficaram nos vendo ir até lá. Andávamos agachados devagar, apesar do chão de concreto não fazer tanto barulho. Quando descemos as escadas, nos escondemos atrás da parede que sustentava. Ouvia Campbell fazendo o discurso dele no pátio, perto da entrada da base, enquanto 11 dos nossos estavam agachados em linha reta com coleiras de detenção, vendas nos olhos, cordas amarrando seus punhos e fitas tampando suas bocas. Eu sentia vontade de espirrar com o concreto que havia sido explodido no andar de cima, mas se espirrasse os mutantes que a destruíram descobrirão nossa localização. Erik era um dos ajoelhados. Quando o reconheci, só pensava em correr e agarra-lo, tira-lo de lá, mas tudo que consegui foi derramar uma lágrima de desespero. Eu não podia ser pego também, nem trocar de lugar. Não cheguei a identificar Janet nem Amberly lá, provavelmente ela estaria no subsolo junto com o resto.
─ Vão atrás do resto, ainda precisamos de Amberly e Andrew VanCite ─ Campbell ordenava, ele provavelmente não sabia quem eu era quando fui capturado. Depois disso, outros soldados espetaram algum tipo de droga nas 11 pessoas agachadas e todas caíram duras no chão. Os soldados carregaram os 11 até um caminhão grande, pelo menos eu sabia onde era a base deles.
─ E agora? ─ meu pai cochichava. Me senti um líder quando ele começou a me seguir e não eu seguir ele. ─ Estão atrás de você e Amberly.
─ Amberly está segura. Precisamos subir, eles não vão encontrar o caminho para o subsolo tão rápido. ─ Eu disse subindo discretamente pelas escadas de volta ao andar acima.
Ele me seguiu e logo nos separamos, eu tinha ido para a esquerda e meu pai para a direita para cuidar dos soldados. Precisávamos ser discretos. Pro meu lado era o laboratório e uns quartos, tinha uns corredores escuros que serviriam perfeitamente como um labirinto, ninguém ia descobrir que um de seus colegas morreu ali. Meu plano era atraí-los para os corredores, mata-los e esconder os corpos para que ninguém descobrisse que algo vinha por ali. Eu no caso.
Subiram 8 homens, uma patrulha, 4 foram para meu lado e 4 para o lado de meu pai. Meu treinamento ainda não estava completo, o que me deixou apavorizado. Agora é uma boa hora para começar meu plano de "matar e esconder".
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I Think We're Alone Now - Temporada 1 (CONCLUÍDA)
AcciónPRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE I Think We're Alone Now PLÁGIO É CRIME! Inspiração: Manto e Adaga (2018) e The Gifted (2017) No ano de 2013, Amberly VanCite, uma garota que acaba de fazer 18 anos, se vê numa situação precária, dependendo do furto para s...