· Andrew narrando ·
Me voluntariar pra isso foi com certeza a pior escolha que já fiz na minha vida.
Eu estava no carro, no caminho de volta para Manhattan, quando um grupo de purificadores me parou e me deram uma porrada na cabeça. O que fez com que desmaiasse. Eu sei, eu sei, me alertaram que seria perigoso e eu não dei ouvidos. Pelo menos eu ainda estava vivo.
Colocaram uma coleira em meu pescoço, uma coleira que anulava os poderes, e prenderam meus pulsos com algemas de ferro presas na parede acima de minha cabeça. Eu estava completamente exposto e indefeso para eles. O lugar era feio, paredes mal pintadas e mofadas com uma janela pequena. Além de uma janela parcialmente destruída. Apenas depois de um tempo fui perceber um corte que cortava o dorso de meu nariz. Também havia outro corte perto do olho que quase me cegou. Em ambos os cortes meu sangue já estava seco.
Um homem, com terno cinza e cabelo praticamente grisalho, entrou na sala junto com dois homens armados. Eles tinham armas pesadas como soldados. Sentia que se me mexesse, era mais uma razão para atirarem em mim. Me perguntei como descobriram que eu era parte da resistência sem nunca ter provado.
─ Tirem as algemas dele ─ o homem de terno ordenou e se sentou numa cadeira em frente a mim, como um interrogatório, enquanto os caras armados me tiravam da parede. ─ Não podemos ter uma conversa civilizada com nosso convidado aprisionado. ─ Logo me soltaram, mas não me permitiram de levantar. Eu estava sujo. Conseguia sentir terra em minha pele. E o chão mais empoeirado ainda. ─ Meu nome é Roderick Campbell, trabalho com os purificadores. Não precisa se apresentar, eu sei quem você. Mas deve estar se perguntando a razão de estar aqui. ─ Roderick colocou as mãos no bolso de sua calça e se levantou, provando sua superioridade a mim.
Encarava os armados mais do que ele. Mas Roderick não estava errado, eu realmente queria saber porquê estava lá. Aquele lugar fedia igual a esgoto, mas depois de um tempo passei a ignorar seu cheiro. Eu continuava sentado, encolhido, no chão. Queria poder sentir meus poderes novamente.
Logo ele foi andando para outro canto da sala e pegou uma bebida de um pequeno armário. Porquê diabos ele guardava bebida ali eu não sabia. Colocou a garrafa de whisky em uma mesa ao seu lado e me ofereceu um gole, mas recusei. Nunca gostei de bebida e minha tia sempre disse pra nunca aceitar coisas de estranhos. Sei que parece infantil, mas salva vidas.
─ É você quem está perseguindo minha irmã, não é? ─ ele respirou fundo e voltou para a cadeira segurando o pequeno copo de vidro.
─ Estou atrás da sua irmã faz 8 anos. Não foi a toa que ordenei o acidente em que seus tios morreram. O propósito era assassina-la, mas meu agente era estúpido demais para acertar o tiro. ─ contou e levou o copo direto a sua boca, bebendo tudo num gole só. Senti minha cabeça ferver ao ouvir o real propósito de sua missão.
Queria soca-lo, espanca-lo. Esse sentimento nunca foi tão grande em toda a minha vida. Se eu estivesse passando por tudo isso há quatro meses atrás, tenho certeza que estaria me cagando de medo. É claro que eu estava com medo, sentia uma pontada na barriga sempre que ele abria a boca, mas está na hora de amadurecer um pouco.
─ Olha, não quero que isso acabe com sangue. Você precisa apenas me dizer onde está Amberly VanCite Johnson que você sai daqui sem nenhum arranhão. ─ tentava me enganar. Tudo termina com sangue.
─ Nem por cima do meu cadáver. ─ debati.
Ele ficou tentando me convencer de várias maneiras, mas eu não entrego as pessoas assim de graça, muito menos uma pessoa como Amberly. Eu estava numa tentação a morte. Não queria morrer, mas minhas atitudes diziam o contrário. Minha maior preocupação agora era se eu iria sair daqui com uma bala encravada na cabeça, mas isso deixariam todos revoltados e não acho que esse seja o plano de Roderick.
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I Think We're Alone Now - Temporada 1 (CONCLUÍDA)
ActionPRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE I Think We're Alone Now PLÁGIO É CRIME! Inspiração: Manto e Adaga (2018) e The Gifted (2017) No ano de 2013, Amberly VanCite, uma garota que acaba de fazer 18 anos, se vê numa situação precária, dependendo do furto para s...