Capítulo 54

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Isabel Jane

Senti o vento bater em meu rosto e senti o cheiro de grama então abri os olhos lentamente tentando fazer os meus olhos se acostumarem com a claridade, eu estava deitada no chão com minhas mãos amarradas na frente de meu corpo tentei me mexer e com uma certa dificuldade consegui ficar sentada.
As lembranças me atingiam quando eu fechava os olhos e abria várias vezes.

- Finalmente você acordou .

Levantei minha cabeça para encarar o homem que estava de pé na minha frente. Meu pai. Observei sua figura magra e desleixada ele estava um pouco diferente desde a última vez que eu o tinha visto, sua barba estava grande, seus olhos fundos como se não dormisse a vários dias.
Ele continuava com o mesmo semblante duro de sempre a dureza em seu olhar não havia mudado.

Eu não consegui decifrar o que senti ao vê-lo foi um misto de várias sensações, medo, alívio por saber que ele ainda estava vivo, confusão por não entender porque ele tinha me levando aquele lugar... o pensamento me fez estremecer.

Consegui encontrar minha voz e finalmente disse :

- O que acha que esta fazendo?. Por que estou amarrada?.

Ele sorriu e respondeu :

- Você não parece feliz em me ver filha.

- E eu não estou... não até ter certeza do que o senhor quer de mim.

Se ele havia me levando até aquele lugar e havia me amarrado eu imaginava que não era coisa boa. Respirei fundo várias vezes tentando me controlar eu tinha que ficar calma não podia me desesperar.

Ele continuou sorrindo e disse :

- Não quero muito filha. Sabe você me colocou em apuros quando fugiu de casa, quase me mataram por sua causa.

- Não foi por minha causa !.

- Fique quieta e me deixe contar a história. Quando você fugiu quase fui morto porque eu já havia prometido você a eles e quando eu não a entreguei acharam que eu queria engana-los, fui espancado e quase morri tive que implorar por minha vida de joelhos. O homem me deixou viver mas ficou com minha casa e tudo que me pertencia que por um acaso já não era nada. Esse tempo todo estou preso a ele, sou seu escravo pessoal, faço tudo o que ele me manda, tudo que você possa imaginar. Se você não houvesse fugido eu não teria feito metade das coisas que tive que fazer.

- Não me culpe por esses seus erros. Você queria me vender sua própria filha... o que queria que eu fizesse?. Que aceitasse a sua ideia absurda de acabar com minha vida daquela maneira?. Eu nunca iria aceitar. Se me conhecesse saberia.

O sorriso que ele tinha no rosto se desfez e ele ficou sério enquanto berrava :

- Eu te dei tudo sua ingrata. Nunca deixei que nada lhe faltasse o mínimo que você poderia fazer e servir era ter nos salvado da ruína.

- A RUÍNA QUE VOCÊ MESMO É O CULPADO !.

- CALE ESSA BOCA!. NÃO OUSE ME DESRESPEITAR ASSIM !.

Deixei que uma risada nervosa ecapasse de meus lábios e disse :

- Você perdeu o meu respeito a muito tempo .

O destino de Isabel Onde histórias criam vida. Descubra agora