A grama verde e bem aparada faz cócegas em meus pés, corro atrás da bola. O dia está ensolarado e a temperatura um pouco amena, mamãe nos observa do seu balanço protegida pela sombra que a grande árvore projeta. Ao seu lado na grama uma toalha com várias guloseimas estava.
Me concentro era só chutar, o gol improvisado estava próximo assim como o seu goleiro. Paro mirando bem as laterais do gol e chuto, o goleiro cai pra direita e a bola vai para a esquerda. Foi um magnífico gol.
Maria: E o Thiago ganha mais uma vez – ela gritou de onde estava – Foi incrível filho.
Airton: Foi sorte isso sim – ele largou as luvas e veio ao meu encontro – Revanche amanhã?
Thiago: Quando quiser – fomos para onde a mamãe estava – Eu vou ganhar de qualquer maneira.Airton: A garoto não me subestime – ele riu – Sou o melhor jogador do mundo.
Thiago: Papai você é péssimo – ele fez uma careta.
Maria: Meu amor eu te amo, mas ele tem razão – ela levantou do balanço para recebe-lo com um abraço – Vem eu fiz muita coisa gostosa.
Ela tinha feito mesmo, nos sentamos na grama e passamos a comer e conversar, o papai passou a sobre suas aventuras e como tinha conhecido a mamãe. Eu sabia essa história de cor mas amava escuta-lo falar.
Airton: E assim eu me apaixonei pelo amor da minha vida – mamãe sorria bola – Se tiver sorte um dia vai encontrar alguém tão especial quando sua mãe é pra mim.
Maria: Uma bem linda – fiz uma careta.
Thiago: Vocês sabem que eu tenho dez anos não é? – fiz uma careta, isso era hora de falar sobre isso?
Airton: Há e ela tem que ser incrível, se bem que ela vai ser – ele nem ligou para o que eu disse – Mas quando se apaixonar, lembre-se desses valores gentileza, honestidade, cumplicidade e respeito. Sejam sempre amigos ok? – eu fiquei o encarando – Você tem razão ainda é bem novo, vamos deixar para ter essa conversa quando estiver maior e se apaixonar.
Thiago: Obrigado – disse aliviado e ele riu bagunçando meu cabelo.
Continuamos a comer e conversar, adorávamos fazer isso, mas a paz acabou quando alguém chegou de carro.
Alana....
Eu não sei o que está bruxa fazia aqui na fazenda, mas nada ficava bem quando ela aparecia. Alana me assustava, ela parecia uma bruxa má.
Mamãe pediu pra mim entrar, mas da janela eu podia ver a discussão, eles gritavam e mamãe não parecia bem. Papai estava com muita raiva.Não era a primeira vez que isso acontecia, que ela nos atormentava.
Essa também não seria a última......
Guardo o celular no bolso e encosto a cabeça no sofá, repasso em minha mente todos os detalhes para essa pequena viagem. Anos de incansáveis processos chegará ao fim, eu sabia que uma hora eu teria que voltar rapidamente para o Brasil, mas não imaginava que seria agora.
Massageio as têmporas para aliviar um pouco a tensão, seria inevitável encontrar com a Alana e isso me preocupava um pouco, mamãe sempre ficava mal quando tinha que lidar com ela. Alana sempre nos lembrava de momentos conturbados, suas palavras sempre vinha regrada de ódio e raiva. Seu prazer era tentar humilhar minha mãe, nunca deixamos barato e sempre respondemos a altura. Mas essa situação era desgastante.Era sempre assim, o juiz estipulava um acordo e Alana contestava só para ter o prazer de infernizar nossas vidas. A sentença era sempre a mesma, tínhamos que seguir o que estava no inventário. Todo esse processo se tornou um ciclo vicioso, mas estava acabando esse era o último processo e sem chance para recorrer.
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Refúgio
RomanceAna e Thiago se conheceram em um momento de dor e a conexão foi tão grande, que ambos se tornaram muito mais que amigos. Se tornaram o refúgio um do outro. O que aconteceria se nessa história um ponto importante fosse mudado? O que nossa querida An...