Confused 🌠

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Despertei quando os primeiros raios de Sol entraram pela fresta da cortina do meu quarto

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Despertei quando os primeiros raios de Sol entraram pela fresta da cortina do meu quarto. Não precisei abrir os olhos para saber que Charlie ainda estava ali. Seu braço ao redor  da minha cintura e sua respiração quente batendo em minha nuca me asseguraram isso. Não sei como vou olhar pra ele depois do que aconteceu essa madrugada.  Isso não acontecia já fazia algum tempo, e eu realmente achei que estava livre de pelo menos desses malditos pesadelos. Como vou explicar pro Charlie e pro Owen que  meus pesadelos são decorrentes de uma coisa que aconteceu quando eu era pequena e burra demais para me defender?  Como vou explicar para o Charlie que um dos motivos de eu não poder passar dia e noite enroscada em seus braços é por causa disso que aconteceu?

— Mads? – sua voz rouca interrompeu meus devaneios. De repente, fiquei tensa em seus braços, tentando arrumar um jeito de justificar o que ele havia presenciado.

— Oi. – respondi num sussurro,  ainda sem me virar para ele.

— Você pode se virar e olhar pra mim? – pediu num tom de súplica.— Eu realmente preciso que você me olhe agora.

Demorei alguns segundos para me virar e quando fiz, não consegui olhar em seus olhos, então foquei meu olhar em seu peito que subia e descia num ritmo calmo; bem diferente do meu, que parecia que sairia pela boca a qualquer momento. Gentilmente, Charlie segurou meu rosto, me fazendo olhar para ele. E quando nossos olhares se encontraram, notei que a preocupação transbordava de seus olhos e tudo por minha culpa.

— Como você está se sentindo? – questionou com os olhos atentos aos meus; me deixando incapaz de se quer desviar o olhar.

— Eu estou bem. – respondi, tentando ao máximo esconder o quão quebrada e envergonhada eu estou.  — Sinto muito por tudo o que você viu e ouviu essa madrugada.

— Não precisa mentir pra mim Mads. E muito menos pedir desculpas. – seus dedos acariciaram minha bochecha gentilmente, enquanto a mão livre afagou minhas costas .— Sei que não está bem, e se você quiser me contar sobre o pesadelo eu estou aqui. Eu sempre estarei aqui. – ele sorriu de canto.

Não sei ao certo porque mas eu comecei a chorar. No fundo acredito que tenha sido uma explosão de todos os sentimentos que carrego comigo. O fato de estar longe dos meus pais, o fato de eu simplesmente não poder ser uma pessoa normal e me relacionar com quem eu bem entender; o fato de que em algum lugar perto de mim, a memória viva de tudo o que eu mais repudio esteja andando a solta, livre, como se nada houvesse acontecido. Como se ele não tivesse destruído minha infância e a minha vida. Talvez eu tenha chorado de tanta vergonha. De saber que meus colegas de apartamento e de trabalho tenham ouvidos meus gritos, suplicando para que ele acabasse com aquilo. E sim, eu sei que gritei porque é isso que acontece todas as vezes que tenho pesadelos com o acontecido.  Talvez eu tenha chorado por não poder ficar com Charlie, por ver que apesar de eu tentar afasta-lo, ele sempre está por perto quando eu mais preciso. Não importa o que aconteça ele sempre está por perto.

𝐒𝐭𝐮𝐜𝐤 𝐖𝐢𝐭𝐡 𝐔 || EM PAUSA||Onde histórias criam vida. Descubra agora