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★彡 N/A: esse capítulo contém gatilhos.
— EU TE AVISEI QUE IA CHOVER! – gritei enquanto corríamos de volta para o set de gravações. Por puro azar, tivemos que parar na calçada pois o sinal estava vermelho. Lancei meu olhar mais zangado para Charlie que pra minha surpresa também me olhava. Mas a diferença era que um sorriso travesso dançava em seus lábios carnudos.
Bom, imagino que vocês estejam perdidos. Então deixe- me recapitular tudo.
Depois de mais uma manhã intensa de boot camp, Kenny nos liberou para descansar, então Charlie e eu saímos para almoçar, já que ele disse que pagaria o meu milkshake. Ainda no estacionamento do set, tivemos uma pequena discussão sobre ir ou não de carro até o restaurante. Meu voto era pra que fôssemos de carro, já que o tempo estava fechando e estava com cara de que ia chover logo logo.
Como Charlie ama me contrariar, ele votou por irmos a pé, já que o restaurante ficava a apenas duas quadras de distância do set. Ficamos nessa discussão por cerca de dez minutos, até que ele teve a brilhante ideia de resolvermos isso como dois adultos maduros que somos. E a solução que ele arrumou foi: Jogar pedra, papel, tesoura. E antes que perguntem, sim, somos dois adultos super maduros. Depois de duas tentativas inúteis, perdi o jogo pro senhor sabe tudo; e bem, aqui estamos nós.
Completamente ensopados, parados na calçada esperando a porcaria do sinal fechar para que possamos passar.
Eu vou matar Charlie Jeffrey Gillespie.
— Em minha defesa, se você não tivesse enrolado pra tomar aquele milkshake nojento, nós não teríamos pegado chuva.
Virei a cabeça em sua direção e lancei o meu pior olhar mortal.
— EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ COLOCANDO A CULPA DA SUA BURRICE EM MIM! – vociferei e dei um tapa em seu braço. — E NÃO FALA MAL DO MEU MILKSHAKE! NOJENTO É VOCÊ!
— PARA DE GRITAR! – retrucou ele tentando inutilmente segurar a risada.
Mesmo que com a visão ligeiramente embaçada por conta da chuva, não pude deixar de notar o quão lindo Charlie estava. Bochechas coradas por conta do frio e de suas gargalhadas, o sorriso que me fez/ faz sentir coisas que vou nunca admitir pra ele, a roupa encharcada grudando no corpo... ( Quem não sente tesão nisso?).
Por mais que eu odeio admitir, passei o nosso almoço inteiro observando cada detalhe do canadense que tem me tirado do sério. O jeito como os olhos dele quase se fecham quando ele sorri, o modo como seus olhos brilham quando ele fala sobre a família....
Droga, eu estou parecendo uma adolescente descrevendo tudo o que mais gosta no seu primeiro crush.
