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Wanessa 🦋

Almocei sozinha como todos os dias, o Hugo almoçava lá na escola e só nos dias de natação que ele vinha almoçar em casa, e o pai dele nunca vinha pra casa, passava o dia na rua e só vinha pra casa a noite, tenho problema com isso? Não, só vejo vantagem.

Quando deu a hora, poucos minutos depois de eu terminar de me arrumar, o Hugo chegou todo eufórico da escolinha, agradeci ao Naldo que era o vapor que sempre trazia e buscava o meu bebê todos os dias.

Wanessa: Nem preciso falar, né? Direto pro banho.- Falei pegando as coisinhas dele e ele olhou em volta, desfazendo seu sorriso de felicidade.

Hugo: O papai não chegou? Ele mentiu de novo? - Me sentei na cadeira, puxando o seu braço e vendo meu filho com vontade de chorar, aquela cara que ele fazia sempre antes de chorar.- Toda vez ele mente pra mim, eu não quero mais ficar perto dele.

Wanessa: Ei, meu amor.- Passei a mão em seu rosto.- O seu pai trabalha muito pra te dar tudo o que você pede, as vezes ele só não pode estar aqui.

Hugo: Se ele gostasse de mim, estaria aqui. Ele nunca estar comigo, toda vez promete e não cumpre.

Carlos: É assim que tu fala com teu pai, menor? - Olhei pra porta aliviada.

Hugo: Achei que você não vinha, você nunca cumpre o que fala pra mim.- Fiquei calada assim como todos, fazendo por um tempo o silêncio ecoar no ambiente, até Carlos caminhar na direção do Hugo e se agachar.

Carlos: Mas hoje eu tô aqui, garotão.- Passou a mão no cabelo dele e ele apenas se afastou, indo pro quarto dele, assim que ele saiu, Carlos me olhou me analisando e eu olhei pra ele.- Passa a minha blusa ali..

Wanessa: Vou só ver se o Hugo precisa de algo.- Me levantei seguindo ao quarto do meu baby e só olhei ele brincando com a água, todo sem emoção.

Sorri fraco e fiquei pensando que a maioria das tristezas causadas no Hugo era pelo pai, que ele tanto amava. Fui caminhando pro quarto do Carlos em que ele procurava uma roupa e quando ia entrando senti minha mão começando a formigar, olhei pra baixo e junto a isso, veio uma bela tontura que me fez sentir minhas pernas fracas e eu bati na porta fechando os olho.

Carlos: O que foi? - Senti a mão dele me segurando antes de cair e ele me sustentou.- Tu tá com febre, garota.

Abri meus olhos respirando fundo e na minha frente vi o Carlos de olhos bem abertos me encarando. Minha mão ainda formigava um pouco e eu me sentia bem tonta, Carlos me puxou pra deitar na cama e eu me afastei dele, colocando a mão na testa, ele saiu e poucos segundos depois de me trouxe água e um remédio.

Carlos: Quer ir num médico? - Falou desconfiado.

Wanessa: Não, já tô suave, valeu.- Estranhei sua atitude tomando o remédio e ele me olhou, mas saiu colocando a blusa em cima da cama e foi tomar banho.

Respirei fundo e olhei pro meu braço, olhei alguns caroços no meu braço e fiquei encarando aquilo com dúvida. Minha tontura já tinha diminuído bastante e eu fui passar a roupa do outro, ele saiu do banheiro me encarando e Hugo me chamou, fui prontamente ao meu baby e vi que ele tava um gatinho, de bermuda e blusa preta, a blusa tendo o símbolo da hurley, que claramente foi o pai que deu.

Ajudei ele a terminar de se arrumar e ficamos só esperando o Carlos que logo surgiu e a gente saiu indo pra moto, que era o que tinha. O lugar preferido do Hugo é um restaurante lá em copacabana, era um lugar bem produzido para crianças e ele amava porque sempre brincava mais do que comia e não tinha nada melhor no mundo pra mim do que ver ele feliz, vivendo normalmente.

Até o céuOnde histórias criam vida. Descubra agora