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Wanessa 🦋

Conversei, tirei minhas dúvidas me aliviei. Era grave? Talvez um pouco, mas tinha cura, tinha tratamento e eu não precisava me preocupar tanto, porque eu não demorei pra ir atrás, então quando mais rápido eu descobri, menos tempo a doença se espalhou.

Wanessa: Fica com ele lá em casa? Preciso resolver uma coisa.- Pedi pra Brenda quando a gente tava chegando no morro, o caminho todo fomos calados.

Brenda: Aham, mas você vai pra onde?

Wanessa: Resolver minha vida.- Ele negou com a cabeça mas depois de um tempo confirmou, eu ri e olhei pro Hugo que olhava as coisas passando pela janela.

Chegamos em casa, Hugo correu pra assistir, foi o tempo que eu tive pra falar sobre a doença pra Brenda que se alivou quando eu expliquei, assim como eu estava mais leve.

Fui andando pra boca e muita gente me olhava estranho, eu nem saia de casa direito e quando saía, era acompanhada pelo Carlos ou por seus mandados. Quando cheguei na boca, vim alguns meninos que eu conhecia e sorri de lado indo falar com eles.

Pato: Ih, tá fazendo o que aqui, sozinha ainda por cima? - Cruzou os braços.- Hoje num tá num dia bom não, Wanessa.

Wanessa: Tá falando isso logo pra mim? Tu acha que eu já não tive a prova disso não é? - Sorri debochando e os meninos me olharam com o olhar de preocupação, ou pelo menos alguns deles, porque outros já tavam nem aí, ou faziam pior em casa.- Ele tá aonde?

Lele: Po Wanessa, vai pra casa. Tu tá ligada já que a coisa num tá boa, ir atrás de mais confusão? Já começou errada de sair de casa sozinha, tu sabe onde vai dar.

Wanessa: Vocês tão foda hoje ein, porra...- Olhei feio.- Tô pedindo cara, eu sei onde tô enfiando o cu, bora logo.

Lele: Se tu gosta, vou fazer nada por tu não.- Falou se levantando e andando.

Revirei os olhos me segurando pra não dar um tapinha na cabeça dele e segui ele, me levou pra casinha onde era separado as drogas e eu entrei, vendo ele me olhar.

Lele: Vou ficar aqui fora.- Me olhou sério e eu sorri.

Balancei a cabeça e entrei, logo de cara encontrei o Carlos fumando um e olhando pro nada, só estava ele na casa, Carlos me encarou e ficou calado.

Wanessa: Eu e o Hugo não vamos mais ficar naquela casa.- Falei firme, alto e em bom tom, vendo ele rir.

Carlos: Tu acha que tá com moral? Continua, po.- Balançou a cabeça.

Wanessa: Moral? Nenhuma. Não tô pedindo, tô dando a última palavra. Você, vai arrumar uma casa pra mim e pro Hugo, fora do morro, aliás.- Ele se levantou, vindo na minha direção e encheu o peito, me olhando.

Carlos: E por que tu acha que eu vou fazer isso? - Tomei a mesma posição que ele, vendo ele me olhar em tom de surpresa e reprovação.

Wanessa: Porque Carlos, se você não fizer isso, eu pessoalmente vou fazer questão de falar pro meu filho que o pai dele é um monstro, vou colocar na cabeça dele que você não deve nem chegar perto dele e você já viu hoje, que eu nem precisei falar nada, pra ele ficar do meu lado, certo?

Carlos: Tu nunca faria isso, tu sabe que ia fuder com a mente dele! - Eu sorri.

Wanessa: Faria isso com gosto, porque é para o bem dele. Se tu me matar? Vai ter que conviver com teu filho crescendo e te odiando, porque eu vou fazer questão de alguma forma que ele descubra que foi você, mesmo você inventando, escondendo a verdade, ele vai descobrir. E vai ser ótimo crescer odiando o pai, querendo ou não, sua única família é ele, seu herdeiro como tal.

Carlos: Eu já sou paciente pra caralho contigo, vai querer testar? - Colocou a mão no meu pescoço.

Wanessa: Chega em casa hoje, vê a reação do teu filho! Ai tu me conta o que vai ser depois, te dou uma semana pra decidir e se passar uma hora além disso, tu paga pra ver.- Sorri me afastando.- É pro bem dele, nenhum filho merece conviver no mesmo lugar que um pai como você.

Dei as costas sentindo ele respirar fundo atrás de mim e olhei pras minhas mãos, estavam trêmulas tadinhas! Quando eu saí, Lele permaneceu ali mexendo em seu celular cabeça baixa, assim que eu saí ele me olhou e logo fez cara de surpresa.

Wanessa: Me acompanha até em casa? - Ele levantou.

Lele: Tá suave? - Concordei vendo ele caminhar pro meu lado.- Tá aprontando o que?

Wanessa: Lili vai cantar, neguinho.- Brinquei cruzando os braços e ele riu.

Lele era o que buscava e levava o Hugo pra o futebol e natação, tinha pouco contato com ele mas era o mais próximo, digamos assim. Era casado e tinha um filhinha linda, a mulher dele não gostava de mim, mas sem motivos algum, até porque eu mal via ele, pra pensar em ter maldade nele.

Até o céuOnde histórias criam vida. Descubra agora