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Wanessa 🦋

Chegamos em casa bem tranquilos, o Lele carregou o Hugo no colo porque o bonito tava dormindo e eu peguei as malas pra entrar, agradeci a ele que deixou o Hugo na cama e ele sorriu pra mim, sem trocar muitas palavras.

Wanessa: Se souber de algo do Carlos me avisa.- Ele me olhou parando de andar.- Principalmente se for coisa boa tipo, ele foi preso e tal, se for coisa ruim do tipo, ele tá bem, nem precisa...

Lele: Tu é uma graça, nega.- Falou rindo e negou com a cabeça.- Mas aviso sim, se precisar de alguma coisa tu dá os toques também.

Wanessa: Obrigada, amigo.- Sorri fechando a porta e ele saiu.

Fui direto pro quarto, tomei um banho e no lugar de me deitar, simplesmente peguei algumas malas e bolsas que tinham aqui e comecei a organizar minhas roupas e tudo meu que tinha no quarto dentro, pra adiantar o processo.

Quase uma da manhã, o Carlos entrou em casa, eu estava terminando de arrumar cozinha e olhei pra ele, senti o cheiro de perfume doce rodeando pela casa e fiz cara de nojo, o perfume era insuportável.

Wanessa: Pelo amor de deus vai tomar um banho.- Quase implorei vendo ele rir e jogar as chaves em cima da mesa.- Muito ruim te ver, por que tu não ficou por onde tava ein?

Carlos: É garota, tu tá muito engraçadinha ein.- Falou passando por trás de mim e puxou meu cabelo sem força.- Tá com ciúmes, cara?

Wanessa: Glorificando de pé que você tem outra, só triste por você ainda tá aqui.- Me afastei vendo ele negar com a cabeça.

Ele saiu indo pro quarto e eu terminei de organizar as coisas, indo pro quarto também e quando eu cheguei lá ele tava olhando as malas, assim que eu entrei, ele me encarou e eu fiquei em silêncio.

Carlos: Tu quer isso mermo? Sai daqui agora, tu tá doente, eu vi todas as vezes que tu passou mal lá na casa.- Me encarou por cima.

Wanessa: Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso pra querer adiar isso.- Neguei, pegando minhas roupas de dormir.

Carlos: E se a gente recomeçar? De verdade agora no bagulho, lado a lado, como um casal pô. Esquece tudo que já passou, eu faço o mesmo, a gente fica junto e vê no que dá, não encosto mais em tu.- Eu encarei ele incrédula.

Wanessa: É sério que tu tá tendo cara pra me pedir isso? - Ele colocou as mãos pra trás, me olhando.- Tu acha que eu vou esquecer tudo isso, só porque você foi um ser humano normal por um mês? Tu acha que um mês vai anular 8 anos de agressão? Tu acha mesmo que eu vou esquecer que tu me deixou mais de dois dias sem comer? Porque simplesmente quis! Vai se foder, namoral mesmo. Tu me afastou dos meus pais, me privou de viver por oito anos, vai tomar no meio do teu cu.

Carlos: Os teus pais que quiseram assim! - Encarei ele e fui pra cima dele mas ele me empurrou na cama.- A tua mãe de xingou de tudo que é nome quando eu fui chamar ela pra ficar te acompanhando nas consultas do Hugo, ela falou que tu tinha morrido e não era ninguém pra ela e o teu pai? Eu não vou nem falar nada, papo reto.

Wanessa: Então justifica também os oitos anos de você sendo um filho da puta comigo? - Me sentei na cama.- Ah, que pena você não ter explicar nenhuma válida pra isso, Carlos. E nada do que você me fale vai me fazer gostar de você, querer ter você por perto, eu quero que você morra, se foda e que a vida te retribua tudo isso da pior maneira possível.

Ele me encarou, senti que ele queria vim pra cima de mim e bater, mas ele balançou a cabeça e saiu batendo todas as portas possíveis. Eu troquei de roupa, peguei meus lençóis e fui pro quarto do Hugo, me deitei lá e me aconcheguei nos braços dele.

Até o céuOnde histórias criam vida. Descubra agora