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Wanessa 🦋

As atitudes calmas do Carlos me assustavam, quando o santo é bom demais, o fiel desconfia.

Eu tava deitada lendo um dos livros que eu tinha, gostava demais de ler, pra passar o tempo, pra viajar em algo longe daqui, mesmo sem poder sair daqui. Por outro lado, Carlos mexia no celular e fazia com o que chegasse notificação em alto e bom tom o tempo todo, encarei ele que tava empolgado com o celular nas mãos e me levantei, saindo do quarto e indo para pequena varanda lá fora, que era bem calma e um dos meus cantos preferidos.

Carlos: Wanessa.- Gritou após quase horas que eu estava aqui, e eu levantei a cabeça fechando o livro entrando em casa e escutei o. choro do Hugo.

Wanessa: O que aconteceu, meu amor? - Falei preocupada largando livro e me sentei ao lado dele que me agarrou.- Pega água pra ele.- Falei vendo ele soluçar.- Teve um pesadelo?

Meu filho balançou a cabeça confirmando e eu abracei ele com mais força, aconchegando o mesmo em meus braços, fiquei beijando sua cabeça até o pai voltar, dei água e ficamos os dois esperando ele se acalmar.

Hugo: Eu sonhei que tiravam vocês dois de mim.- Falou um tempo depois, mais calmo.- Eu não quero ficar longe de nenhum de vocês.

Wanessa: E não vai amor, nunca! - Segurei em sua mão fazendo ele olhar pra mim.- Estamos aqui por você, pra sempre.

Hugo: Vocês se amam? - Olhou pro Carlos. Eu continuei quieta olhando pro Hugo e após um mero silêncio, ele me olhou.

Wanessa: A gente ama você, isso que importa, tá bom? - Beijei sua testa.- A mamãe nunca vai te deixar sozinho, nem o papai! Você sempre vai ter a gente do lado, não precisa ficar assim.

Carlos: Qual foi garotão, precisa chorar dessa maneira não! - Bagunçou o cabelo do filho.- Fica mec.

Hugo nos encarou cheio de dúvidas em seu olhar e eu sorri o mais verdadeira possível, ele abraçou o pai me soltando e eu me levantei, voltei pra varanda e quando eu me sentei foi só o choro vindo de uma vez. De uma forma ou de outra estava totalmente ligada ao Carlos, só não sabia por mais quanto tempo eu iria aguentar tudo isso, mas mantendo todos os dias que não era por mim e sim pelo meu pingo de gente!

Amanheci chorando ali e senti até que eu fui observada de longe, quando deu o horário fui chamar o Huguinho e ele acordou bem tranquilo, se ajeitou e o Nando veio buscar ele, arrumei a casa enquanto o Carlos se ajeitava pra sair e saiu sem dar um piu pra mim.

Poucos minutos após ele sair, senti o mesmo que ontem, um tontura horrível e não aguentei, minhas pernas fraquejaram e eu caí no chão sentada, tentei respirar fundo mas não ia, acabei que perdi totalmente o sentido das coisas e desmaiei ali mesmo, sentindo as partes do meu corpo formigar.

Até o céuOnde histórias criam vida. Descubra agora