Wanessa 🦋
Hugo estava nervoso e não parava de chorar e eu só conseguia ficar calma se visse ele calmo, então tava quase impossível.
Hugo: Eu não quero mais ficar aqui, eu não quero ficar perto dele.- Falou com medo nos olhos e eu segurei seu rosto, respirando fundo.
Wanessa: Eu vou da um jeito, tá bom? - Suspirei olhando pra ele.- Você nunca vai ter que passar por isso outra vez, me desculpa.
Hugo: Não foi sua culpa, foi ele. Eu vi ele batendo em você, ele é um monstro.- Eu perdi minhas palavras após escutar isso, então fiquei apenas olhando ele que segurou minhas mãos.- Eu não vou deixar ele fazer isso de novo.
Meu filho de 8 anos falou isso olhando nos meus olhos, eu sorri desabando em lágrimas e ele me abraçou, tentei deixar toda cena de lado e enchi ele de beijinhos distraindo ele e até mesmo a mim. Já sabia muito bem o que eu ia fazer e como iria conseguir, mas por agora, eu só queria meu filho totalmente com o que ele viu bem longe da cabeça.
Liguei logo pra Brenda e ela aceitou de ir almoçar no shopping, o Hugo não queria desgrudar de mim, então eu fiquei no quarto dele enquanto ele tomava banho, quando eu fui tomar banho ele ficou no meu quarto me esperando, enquanto eu me arrumava ele assistia, mas sua expressão estava triste e cabisbaixa.
Disfarcei o machucado no meu rosto com muita maquiagem e o do corpo cobri com roupas como podia. Quando a Brenda chegou, Hugo se agarrou nela e pelo visto o irmão dela já tinha contado, porque ela me olhava apreensiva, mas evitei falar sobre, ninguém além de mim e do Carlos teria o poder de mudar isso.
Fomos almoçar no shopping conforme o prometido, Brenda bancou tudo claro, porque eu não tinha acesso a dinheiro se eu não pedisse. Deixamos o Hugo brincar bem a vontade em tudo que ele queria e só por hoje mimei bastante ele, porque nada estava me importando mais que o sorriso dele.
Brenda: O que você vai fazer? - Me olhou de lado.
Wanessa: Sinceramente, nega? Passei por maus bocados já, comi o pão que o diabo amassou, enquanto outro diabo pisava em mim. Mas tudo isso, por aquele ali, olha...- Apontei pro Hugo que brincava com uns meninos e sorri, olhando pra ela novamente.- Tudo é por ele, por ele eu permaneci, mas por ele também, eu vou sair dali.
Brenda: Você vai fugir? Tá louca, cara? Você não tem dinheiro, eu consigo te ajudar por algum tempo, mas ele vai acabar sabendo. Não surta, Nessa.
Wanessa: Não vou fugir, meu bem! Mas isso, é algo entre a minha pessoa e o seu irmão, mais ninguém.
Ela me olhou preocupada e eu balancei cabeça, deu um tempo e nos fomos embora, passei no médico, peguei o exame e tive que abrir lá mesmo, enquanto o Hugo esperava no carro com a Brenda, li mil coisas, procurei por mil respostas até encontrar; eu estava com insuficiência renal, respirei fundo sentindo o peso do problema e fui conversar com o médico.
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Até o céu
Teen FictionJuntos fomos do céu ao inferno, acreditar que a vida de quem se envolve com traficante é o paraíso, é o maior erro que a maioria comente. Confiar, se entregar, amar, mas no final, viver uma montanha russa, de dor, poucos momentos de alegria, literal...