Wanessa 🦋
Os dois dias se passaram, no dia seguinte após aquela conversa, Carlos não ficou em casa com a desculpa que precisava agilizar as coisas, então o Hugo continua na defensiva, não olha muito nem fala. O que já não é muito difícil pois o pai não para muito em casa, mas o dia chegou, eu não arrumei nada e muito menos falei pro meu filho, porque já tava bem acostumada com falsas promessas.
Então eu estava bem calma na minha, assistindo um filme com o Hugo na sala, quando o Carlos entrou olhando pra gente. Hugo nem olhou de lado e eu olhei pra ele.
Carlos: Arruma os bagulhos, de noite a gente vai pra angra.- Falou me olhando.
Hugo: Eu não quero ir.- Me olhou e eu dei pausa no filme, olhando pro Hugo.
Wanessa: A gente pode conversar com você? - Ele olhou pro Carlos e concordou, sentando nas minhas pernas.- O seu pai quer pedir desculpa a você.
Carlos: É isso aí pô.- Olhei pra ele esperando mais e ele se sentou do nosso lado.- Eu errei naquela hora, não queria fazer aquilo com a tua mãe. Foi mal mesmo, cara. Arrumei a casa lá em angra, que tu gosta de lá que eu sei! Vai nós três passar uns dias lá, pode ser?
Hugo: E a escola? - Me olhou.
Wanessa: Daqui uma semana são as suas férias de julho, então você só vai perder uma semana. O futebol e a natação recupera depois, e aí? - Sorri fraco.
Hugo: Pode ser.- Murmurou e olhou pro pai.
Wanessa: Se você quiser falar alguma coisa pra ele, pode falar. Faz bem, não deixa nada guardado no seu coração, certo? - Hugo se levantou.
Hugo: Eu tô com medo de você.- Olhei de lado e o Carlos perdeu toda base, eu senti fácil.
Carlos: Me desculpa, namoral mesmo. Mas tu não precisa ter raiva de mim, prometo nunca mais encostar na tua mãe e nem em você.- Estendeu a mão e ele apertou com a carinha de desconfiado.
Wanessa: E tem mais uma coisa, Hugo.- Os dois me olharam.- Eu e o seu pai, só somos amigos. A gente sempre vai tá junto pra você, mas nós não somos um casal.
Hugo: Eu já sei disso.- Deu os ombros.- Vocês não se falam, não se abraçam e nem se beija, não sou burro né mãe.
Carlos riu debochando de mim e eu olhei feio pra ele fazendo o Hugo soltar uma risada fraca. O pai pediu um abraço e ele deu, não bastou mais algumas palavras pro Hugo surtar de animação sabendo que ia pra Angra, realmente era o lugar preferido dele mesmo ele indo pouquíssimas vezes.
Logo fui arrastada pra arrumar as coisas dele, ainda tava de tardezinha e tinha bastante tempo, então acabou que eu fiquei sozinha e os dois saíram dizendo que iam comprar algumas coisas pra levar, querendo ou não fiquei feliz, tudo caminhando como os conformes, o Hugo feliz e eu, em um mês estaria um pouco longe do Carlos, o que era suficiente pra eu pôr um sorriso no rosto.

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Até o céu
Ficção AdolescenteJuntos fomos do céu ao inferno, acreditar que a vida de quem se envolve com traficante é o paraíso, é o maior erro que a maioria comente. Confiar, se entregar, amar, mas no final, viver uma montanha russa, de dor, poucos momentos de alegria, literal...