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☀︎︎♕︎ Point Of View ♕︎☀︎︎ ——Rebeca Williams—— ꧁꧂
Já passaram duas semanas.
Duas semanas que Payton virou meu guarda pessoal, duas semanas em que os soldados estiveram se preparando.
Chegou a hora.
Os soldados já estão em suas posições, apenas esperando a guerra começar.
Meus pais estão na lateral da guerra, apenas observando num lugar mais afastado. Payton me disse que eles estão em segurança lá, não estão correndo risco.
Eles saíram às quatro da manhã, e agora são oito e meia. A guerra já deve ter começado.
Agora eu estou sentada na mesa junto com Payton, tomando café. Não me lembro de ter tido uma palavra se quer hoje.
—Hey! - Payton chama minha atenção - Está tudo bem? Quase não tocou na sua comida.
—Está tudo bem, só estou sem fome. - digo encarando o prato em minha frente
—Você precisa tomar seu remédio em algumas horas, precisa comer alguma coisa para não passar mal!
Olho para Payton, e depois para meu prato. Como um pouco.
Depois de me esforçar muito para comer, levanto e subo em direção ao meu quarto. Payton vem atrás.
Entramos no quarto e ele se senta na cadeira que fica ao lado do meu guarda roupa, e eu me deito na cama encarando o teto e mergulhando nos meus pensamentos.
—Você tá chata! - Payton diz
—É o que? - me sento na cama
—Seu desânimo tá me afetando. Vem, vamos fazer alguma coisa! - ele me puxa pela mão
—Fazer o que? - digo enquanto saímos do quarto, ainda de mãos dadas
—Você me disse uma vez que gosta de ir no jardim, então é pra lá que nós vamos!
—Mas meu pai disse para não sairmos do Palácio!
—Não se preocupe, eu te protejo se algo acontecer!
—Mas e o seu braço?
—Meu Deus, você faz mais perguntas do que uma criança de cinco anos! Mas se bem que eu prefiro você assim do que você fazendo papel de muda. E em relação ao meu braço, não se preocupe, daqui à alguns dias posso tirar essa tipoia, então praticamente já estou 100 por cento.
Andamos mais um pouco e chegamos ao jardim. Payton finalmente solta minha mão.
Sinto a brisa do vento bater em meu rosto me dando uma sensação de paz, e por um instante esqueço do que está acontecendo. Olho para o pequeno lago com peixes, para as roseiras, e para os girassois.
—Qual sua flor favorita? - pergunto para Payton
—Rosas, com certeza são minhas favoritas! E as suas?
—Girassois.
Depois que eu falo, Payton vai até os girassois, tira um canivete do bolso e a corta, assim tendo a flor em sua mão. Ele me entrega.
—Obrigada! - não pude evitar o sorriso
—De nada! - ele também sorri
—Eu sei que isso não tem nada a ver com o que estávamos falando, mas o que aconteceu com o seu braço?
—Provavelmente você deve ter ouvido de Adam que foi um acidente durante um treinamento, certo?
—Sim, foi isso que Adam me disse.
—É, eu sei, foi eu que pedi para ele falar isso. Na verdade, eu meio que me envolvi em uma briga, o filha da pu... -
—Payton! - eu interrompo ele
—Desculpe! - ele dá um riso de nervoso - O cara de pau do Alex, uns dos soldados que dividia o quarto comigo no quartel, roubou o meu dinheiro! Eu entrei no quarto bem na hora que ele estava mexendo nas minhas coisas. Obviamente eu não iria deixar barato, eu pedi pra ele devolver mas ele não quis, então eu tive que tomar uma atitude.
—Você bateu nele?!
—Sim, só que ele é um trapaceiro que não sabe jogar limpo! Ele pegou uma faca, Rebeca! Uma faca!
—Meu Deus, Payton! Eu sinto muito!
—Tá tudo bem, pelo menos eu consegui o meu dinheiro de volta!
—Mas depois, você fez alguma coisa?
—Ah, nada de mais. Eu só mandei ele na frente da guerra! - ele fala e nós começamos a rir.
—Você sabe alguma coisa sobre Adam?
—Huum... - ele me olha malicioso
—O que?
—Você gosta dele?
—Não! - falo e ele ri
—Tá, finjo que acredito! Mas enfim, sei sim. Ele foi na frente da guerra também.
—Na frente?!
—Porque tá tão preocupada? - ele ri
—Cala boca, Payton! - dou um soquinho no braço dele
—Caramba, seu soco dói! - ele fala choramingando e passando a mão aonde eu bati
