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OS MOTIVOS QUE NOS TROUXERAM AQUI


"O que não é o amor, se não a mágoa e a saudade que perdura através do tempo." - Ronald


E a reunião pareceu se arrastar. Khol estava criando tique por ouvir a voz de Terance, e Anna não conseguia descer o sorriso descarado de Julliet pela garganta. No entanto, a reunião tinha sido mesmo produtiva. John não conseguia tirar os olhos de Anna.

Julliet queria peônias na decoração, ou orquídeas. Lírios para os arranjos de mesas, e se usassem rosas, as queria vermelhas. O vestido de noiva, ela tinha algumas ideias com os croquis - mas isso já não fazia parte da organização. Já os vestidos das madrinhas, sim. Porque os buquês que ela usariam teriam que combinar. Seriam três madrinhas, três padrinhos. Terance seria a dama de honra, e Khol seu par. Julliet queria um salão grande, poucas mesas e um grande espaço para pista de dança. Bombons com frutas da estação, bolo de chocolate branco e calda de morango. Não sabia se teria camadas ou andares. Fazia questão da valsa, e de um jantar de ensaio. De lembrancinhas, ela estava pensando em dar uma caixinha com uma borboleta dentro para serem abertas quando eles fossem deixar a festa. John não disse uma palavra; apenas concordou com tudo.

Quando enfim acabou, Anna ficou encarando o tampo da mesa. Khol tamborilava a maldita caneta em cima do bloco de anotações.


- Sabe o que é engraçado? – Khol perguntou, passando os olhos pela papelada que John entregara a ele sobre o contrato de prestação de serviço.


- Tem algo engraçado nessa história? – Anna perguntou, erguendo os olhos para encarar Khol.


- O casamento está quase todo pronto. – Respondeu, jogando a pasta em cima da mesa. Anna ergueu a sobrancelha. – Só falta ela escolher o menu do jantar, as flores, as cores da decoração, e a banda. - Anna riu.


- Eu fiquei me perguntando se eu deveria mesmo desperdiçar meu talento com isso. Qualquer funcionário daria conta. - Revelou. - Ela é uma noiva dedicada.


- Acho que ele quer que vocês sejam melhores amigas. – Respondeu, considerando. – Falta a prova de doces, é claro. E a escolha do modelo do bolo.


- Pelo menos eu não terei que me preocupar com a merda do vestido. - Disse, tombando a cabeça e suspirando.


- Raramente a noiva dá problema com isso, você sabe. Noivos é que são desleixados. - Anna pareceu ter se lembrado de algo, concordando. - O que cortou sua mente?


- Você poderia me fazer o favor de levá-lo para escolher o smoking. – Pediu, se inclinando na mesa. – Ele com certeza vai me pedir para acompanhá-lo, mas sinceramente, não faço questão de ver o meu ex-namorado escolhendo terno para o casamento dele.


- Isso vai ser interessante. – Khol avaliou, achando graça. – Sempre pensei que seria eu a me casar primeiro. Ou Ronald.


- Ronald se casou, querido. Namorar por doze anos é casamento, e desses bem amarrados. - Anna riu, balançando a cabeça. - Eles vão acabar se casando, uma hora. Você deveria aproveitar, porque logo você vai ficar em alta. - Disse, e Khol ergueu a sobrancelha. - Você é o único solteiro disponível. Você, e Louiz. E apesar dele valer mais que você, ele não tem tanta lábia assim.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora