Por Entre Lençóis, Livro 1

48

EU SEI

"Eu poderia desistir das horas apenas para ficar com você." – AnnaBel.

Era Londres outra vez. Cosmopolita, brilhante, impassível e sem John. Anna achou que poderia abrir as janelas de sua casa cantando naquela manhã de tão feliz que estava. Há muito não se sentia desta forma e ela sabia bem o porque.

Quando o telefone de casa tocou, ela sabia o que a esperava. Khol, Selena, algum problema no hotel... mas nada disso importava. Hoje ela iria jantar com Ian em sua casa. Hoje, ela ia ser dele.

- .... eu não sei o que diabo aconteceu com este contrato, mas você precisa acha-lo Augusta. – Khol estava aos berros com sua atendente. Anna passou reto, acenando de qualquer jeito para Anastásia que quase engoliu a língua ao vê-la ali sem aviso prévio. – Ei, você. Bandida. O que está fazendo aqui?

- Eu trabalho aqui. – Ela respondeu, já dentro da sala. Ele entrou atrás, batendo a porta. Anna não pode evitar sorrir. – Khol, sinceramente, ainda vai matar Anastásia.

- Secretárias me amam, eu trago café para todas. – Ele explicou, cruzando os braços. E era mesmo verdade: todo dia de manhã ele trazia café. Anna se sentou em sua cadeira, ligando o notebook. – O que está fazendo aqui? Hoje não é seu dia de folga?

- Alguém consumiu um contrato. Achou que eu não viria ver? – Perguntou, rindo em seguida.

- Eles viajaram há dois dias e você deixou o hotel. E pediu folga. O que não está me contando?

- Nada. – Mentiu, na cara dura. – Eu só precisei de tempo para me reorganizar.

- E já se reorganizou?

- Sim, e vou transar hoje. – Contou, abrindo um sorriso. Khol piscou, surpreso demais. Ele puxou uma das cadeiras, se sentando. – O que é?

- Nós estamos nisso há meses e agora que você vai transar com ele?

- Sabe que sim. – Ela deu de ombros. – Não aconteceu. E eu também não estava no meu melhor momento. Com John e todos aqueles problemas.

- E agora você está? – Perguntou, achando graça.

- Bom, eu fui ao supermercado. – Respondeu, e ele ergueu a sobrancelha, enquanto franzia a testa. – Comprei costela, tempero natural e batatas. Acho que estou em um bom momento.

- Você vai cozinhar pra ele. – Ele entendeu, abrindo um sorrisão. – Isso é alguma coisa, eu preciso concordar.

Bom, não era exatamente Anna que iria cozinhar para ele.

- Você pode, por favor, tirar essas mãozinhas de dentro da minha camisa? – Ian perguntou, enquanto tentava jogar água quente em cima da costela. Anna estava atrás dele, tateando a pele delicada e firme da barriga dele por debaixo da camisa cinza. Ele se arrepiou ao toque dele, se encolhendo, tomando cuidado para não enxarca-la com água fervente. – Anna, estamos com problemas aqui.