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EU SEI QUE NÃO SOU A ÚNICA

- Anna, pelo amor de Deus. – Khol estava ajoelhado atrás de Anna, segurando os cabelos dela, enquanto ela estava apoiada de frente para a privada, vomitando.

Ele não sabia dizer se ela chorava, ou vomitava. Ou chorava porque vomitava, ou o inverso. Ela soluçava alto, agoniada, e as golfadas de vômito vinham. Anna estava colocando para fora todo o café da manhã, mas não era nada físico. Era emocional.

- Tudo bem, eu vou chamar Louiz. Ele já deve ter saído para o hospital, mas trazemos ele de volta. – Khol falou, ainda segurando os cabelos dela, e com a mão vaga procurando o celular no bolso.

- Não precisa, eu vou ficar bem. – Ela disse, se sentando de lado e limpando a boca com as costas da mão. Anna apertou a alavanca da descarga, fechando a porta em seguida. Khol se levantou, pegando uma toalha de rosto branca e molhando um pouco com água da pia, antes de oferecer a ela. – Obrigada.

- Vai me contar? – Perguntou.

- Acho que você já sabe a resposta. Não me faça vomitar de novo. – Pediu, respirando fundo. Ela recostou a cabeça na parede, respirando fundo. Ainda continuava nauseada. – Meu Deus, como eu tive coragem?

- Pare de se martirizar, por favor. – Pediu, sentando-se ao lado dela. – Nada disso é culpa sua, Anna. Nada.

- Claro que é. Eu fui lá, eu o chamei. Eu sabia que não podíamos ficar tão próximos e eu não o impedi. Eu deveria tê-lo feito. – Disse, caindo no choro novamente, e Khol a amparou nos braços, ninando-a.

Longe dali, Julliet ouviu a porta bater em um baque altíssimo. Se assustou, saindo do quarto para o corredor e viu John entrar. Ele parecia com raiva, agitado. Ela parou, sem entender.

- Você chegou cedo, a banheira nem encheu ainda. – Ela disse, dando um sorriso e então John a tomou nos braços, beijando-a.

Julliet foi pega no susto, mas gostou da ousadia de John. Se agarrou a ele, retribuindo e antes que pudesse tirar a camisa dele, John se abaixou, agarrando-a pelas pernas, jogando-a nas costas. Julliet caiu no colchão, soltando gritinhos e antes que desse por si, já estava sendo beijava novamente.

A boca dele devorava a dela com uma gana que a fazia perder o fôlego. Ao longo dos anos, Julliet havia tido John de diversas formas, mas vê-lo sedento assim por ela a fazia se arrepiar inteira.

As mãos dele pareciam queimar na pele clara dela, e o próprio John não conseguia explicar de onde vinha toda aquela vontade repetina, aquele desejo que ardia tanto que fazia doer. Enquanto giravam na cama, se despedindo das roupas e se beijando, ele apenas conseguia pensar em uma coisa: na risada de Anna. No modo como ela se deixava levar no sexo, na cabeça dela tombada para trás, os lábios entre abertos e os gemidos involuntários.

Julliet passou a mão na cintura dele, desfazendo o nó do roupão, e Tyler ergueu o corpo, ajudando-a a se livrar dele. Ela abriu as pernas, familiarizada com a situação, enquanto ele se apressava em abrir o zíper da calça, e tira-lá. Os dois riram da situação engraçada, cúmplices, e em um movimento rápido, ele lhe invadiu de uma vez, roubando-lhe todo o ar.

Ela soltou um grito rouco, fechando os olhos, e ele passou a mão no rosto dela, olhando os traços. Os cabelos castanhos eram mais claros que os de Anna, mas ela era linda. Ela sorriu ao ver o olhar dele, e se inclinou para beijá-la.

- John. - Ela chamou, a voz engasgada. Ele se movimentava lentamente, saindo e entrando.

- Não diga nada. - A voz dela não era a de Anna. - Shiu. – Ele se inclinou para beijar a boca dela, quando ela tentou falar de novo. – Só se deixe sentir.

- A banheira ainda está enchendo. – Ela comentou, por entre os beijos, sorrindo nos lábios dele.

- Deixe transbordar. – Avisou, intensificando os movimentos.

E Julliet sabia que isso valia para tudo.

Os movimentos foram ganhando mais força, ao ponto de que mesmo com os beijos eles não conseguiam abafar os gemidos. John girou na cama, ela ficando por cima agora, e as mãos pequenas dela passearam por todo o peito dele. John a manteve pela cintura, enquanto ela rebola, então Julliet se abaixou, beijando-o em seguida.

Aquilo fez com que ele estremecesse, se lembrando da noite anterior. E com ela por cima era ainda mais fácil, era só fechar os olhos e se lembrar. Aquilo durou por muito tempo, os dois trocando de posição, agarrando e se mordendo, enquanto suas bocas se devoravam incansavelmente.

- Ah. - Ela gemeu, intensificando os movimentos com a cintura.

John agora estava sentado na cama, as costas escoradas na cabeceira de madeira escura, enquanto ela estava em seu colo, se deliciando com a sensação de coordenar todos os movimentos.

As mãos dele estavam firmes na cintura dela, parando-a toda vez que sentia que estava perto de mais de gozar. Isso fazia com que ela sorrisse, por vê-lo tão entregue.

- Não goze agora. – Ele disse, e era uma ordem. Ela ergueu os olhos, soltando um gemido doloroso, e ele sorriu, mordendo o queixo dela, enquanto uma de suas mãos subia pelas costas dela, abraçando-a. - Eu quero te pegar de quatro. – Julliet sentiu sua espinha congelar, e sorriu de canto. - E então você vai gozar pra mim. Bem gostoso. - Ela riu, deliciada, e o beijou.

Tudo se demorou mais um pouco que Julliet esperava, mas não que ela estivesse com pressa. Ela já estava sensível demais, quase por um fio. Ele a pegou em pé, perto da mesa colonial que ficava na entrada da sacada(as persianas escuras estavam devidamente fechadas), até que ela empurrou tudo o que havia em cima da mesa, e ele a encostou lá, deixando seu membro deslizar para dentro dela, quente e pulsante. Julliet sentiu o ar lhe faltar por alguns segundos, achando que iria desmaiar. Ele agarrou o cabelo dela, fazendo-a olhar para o espelho que dava para a entrada do closet embutido, enquanto ele a invadia.

O prazer que ela sentia pareceu atingir um ponto onde ela iria explodir, ela soltou um grito, se deixando levar, e então gozou, seguido dele. John sentiu seu corpo estremecer de cima abaixo, fechando os olhos com força, enquanto o rosto de Anna vinha até sua mente. Já Julliet, fora levada para um mundo distante, e só voltou a si quando ele a deitou na cama, abraçando-a. Ela se aninhou a ele, sem perceber que ele estava confuso. John amava Julliet, e sabia disso. Mas não podia negar que estava com sérios problemas com Anna. Ainda mais depois da noite passada.

- Eu te amo. - Ela disse, se abraçando a ele, os olhos fechados. – Alguém precisa socorrer a banheira. Se não vamos ter um alagamento.

- É. Eu também amo você. - Ele depositou um beijo demorado sobre a testa dela, e respirou fundo. Ela sorriu, ainda de olhos fechados. – Vou salvar a banheira.

- Meu herói. – Ela brincou, enquanto ele se levantava, indo até o banheiro.

A banheira estava quase cheia, passando do limite adequado de água, mas não havia transbordado ainda. John fechou a torneira, voltando para a cama, e se aninhando a uma Julliet cansada.

Mesmo que ele não quisesse pensar no que havia acontecido, mesmo que soubesse que Anna não lhe daria a oportunidade de falar sobre a noite passada, o que aconteceu havia mexido profundamente com ele. Bastava saber até onde.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora