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ELA CHEGOU


"Nada melhor do que respirar o ar de casa outra vez, e perceber que a melhor coisa que você poderia ter feito, era ter ido embora." - Priscila Roma.


- Eu acho que você devia ir. - Khol falou, quieto. Louise estava deitada no peito dele, e ele acariciava os cabelos pretos dela. Ela assentiu minimamente.

Haviam pedido o jantar no quarto também, o que fez com que eles voltassem a transar e agora estavam assim. Ela não tinha o intuito de ficar, mas estava cansada. Terance não havia ido até lá, e não houve nenhum sinal de Anna também, o que os deixou bem a vontade para continuarem juntos.

- Eu já vou. - Avisou, mesmo que não tivesse se mexido. - Posso te fazer uma pergunta?

- Claro. - Respondeu, e ela ergueu o rosto.

- Você ainda gosta da Terance? - Perguntou e Khol ergueu a sobrancelha. - Não me entenda mal, não pergunto por mim.

- Não sei, quer dizer.. não sei. - Ele suspirou. - Eu a amo, é claro. A uma parte de mim que sempre foi dela.

- Eu sei. - Ela disse. Khol assentiu. - O que você não sabe?

- Só é difícil, você entende? Já teve essa sensação? Que por mais que você ame a pessoa, as coisas são complicadas? - Perguntou, e Louise considerou, assentindo. - O que passa, Louise? - Perguntou, curioso agora.

- É Louiz. - Respondeu e Khol ficou surpreso. - O que foi? - Ele analisou o rosto dele por alguns segundos, e sorriu.

- Você ainda gosta dele. - Constatou, aumentando o sorriso.

- Eu não diria isso, exatamente. - Falou. - É complicado, como você disse. Nós não tivemos o que você e Terance tiveram, e muito menos toda aquele relacionamento como Anna e John, mas.. ele foi meu primeiro namorado. Meu primeiro amor. É complicado. - Assumiu, balançando a cabeça.

- Ele ainda gosta de você. - Disse, e Louise sorriu. - E você sabe disso, não sabe?

- Eu sei, mas ele me irrita. E é chato na maioria das vezes. - Ressaltou. Khol concordou. - E ele é lento. - Ela fez uma careta, baixando o rosto no peito dele, rindo de leve. - Meu Deus, isso as vezes me deixa louca.

- Sim, muito lento. - Khol concordou. - Você estava com ele ontem, não estava?

- Estava. - Ela ergueu os olhos para ele. - E mesmo ele sendo lento, eu gosto dele assim. Só que gosto disso na mesma intensidade que eu odeio. - Ponderou, com uma careta. - Não sei o que fazer com esses sentimentos.

- Eu me sinto mais ou menos assim com Terance. - Confessou. - É complicado.

- Você fala muito essa palavra. - Louise riu.

- Acho que é a palavra que define a vida adulta: complicado. Ou a gente que complica, eu não sei. - Comentou, dando de ombros. - Eu penso que as vezes eu deveria deixar tudo de lado, passar por cima do meu orgulho e fazer só o que tenho vontade. Mas eu já sofri muito e preciso pensar que tudo o que aconteceu é um alerta de onde eu devo ou não pisar. - Ele respirou fundo. - No meu caso, Terance foi cruel comigo. No teu caso, foi você quem terminou com ele e ele ainda continua aqui, esperando por você. Se você ainda sente algo, porque não dar uma chance?

- Eu não sei. - Louise assumiu.

- Isso não tem nada haver com haver com você, Lou: eu não sei. Você é melhor do que isso, sempre foi. - Dispensou. - Qual o problema?

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora