COM AMOR É MAIS CARO
"- Eu terminei partindo todas as vezes que pensei que partiriam também. E teve vezes que ninguém partiu. Nem mesmo eu." - Louiz.
DIA QUARENTA E DOIS
Era noite. Terance estava terminando de secar os cabelos com o secador. O cabelo castanho tomou a forma cacheada, com volume e ela foi se arrumar. Passou uma maquiagem leve, colocando um batom vermelho e colocou uma leggin grossa, e um casaco de lã verde escura. Botas rasteiras e uma jaqueta de couro por cima. Checou sua aparência no espelho uma última fez, e pegou sua bolsa, saindo do quarto. Quando bateu a porta e se virou, lá estava ele. Usava uma jaqueta jeans escura, e uma touca de lã. Ela franziu a testa, confusa.
- Você ainda tem essa merda? - Ela perguntou, achando graça, enquanto ele se aproximava.
- Descobri que sou acumulador. Eu tenho tudo daquela época. - Confessou, sorrindo. - Você está lindo.
- Obrigada. - Ela agradeceu, respirando fundo. Percebeu que tremia. Era a primeira vez desde que ela voltara que eles estavam tendo um tempo só um com o outro. Assim como ele prometera, eles iriam conversar, mas a oportunidade não acontecia, até que ele a chamou para sair.
Terance quase enfartou.
- Onde vamos? - Perguntou, ao lado dele, enquanto iam para o elevador.
- Tem um restaurante italiano em que nós mesmos fazemos nossa pizza. - Ele contou, vendo ela abrir um sorriso. - Achei que era uma boa oportunidade de ressignificar nosso primeiro encontro.
- Aquela pizza horrorosa que você deixou queimar? - Ela perguntou, rindo em seguida. Ele apertou o botão do elevador, e depois de alguns segundos, a porta se abriu e eles entraram. - Nós comemos só as bordas com mostardas. Aquilo me deu uma azia por uns dois dias. - Ela apertou o botão do térreo, e a porta se fechou.
- Eu tinha quinze anos, me dê um desconto. - Pediu, todo sem jeito e ela riu mais ainda. - Hoje nós vamos ter uma massa italiana de primeira com um recheio a nossa escolha. E o melhor, não vai ser nós que vamos nos preocupar com ela no forno.
- Fico tranquila em saber que não vou comer sobras queimadas outra vez. - Debochou, enquanto ele sorria pra ela.
Khol chamou um táxi e eles embarcaram, indo para o tal restaurante. Ele ficava em um bairro antigo em que Khol morara, em uma casa com uma faxada de pedras escuras. Tocava uma cantata italiana. Os dois entraram lado a lado, ele a amparando pelas costas. Pareciam os velhos tempos. Mas eles não eram os mesmos.
Eles foram encaminhados para uma mesa grande, em que uma tábua retangular de madeira estava colocada e em cima, piras redondas de duas pizzas com massas finas estavam esperando para serem recheadas. Ao lado, pequenas cumbucas de cerâmicas italianas, cada uma com um recheio diferente. No meio, uma panela de pedra com molho de tomate natural com azeite. Os garçons se aproximaram, entregando a carta de vinho aos dois.
- Que evolução. Eu me lembro de tomar suco tang naquela época. - Ela comentou, logo que eles escolheram um vinho Merlot. Khol sorriu, considerando.
- Fico feliz que você esteja se divertindo. - Disse, e ela assentiu.
- Sempre me divirto quando estou com você. - Contou, simples. Khol ergueu o rosto, observando-a. Ela recheava a pizza dela com mussarela e peperoni, meio dispersa. - Por que você me olha?
- Você está linda.
- Você já me disse isso.
- Vai ficar me alfinentando?
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Por Entre Lençóis, Livro 1
Romance"Mas agora acabou. Sei que valeu a pena quando me pego sorrindo, lembrando as loucuras que fizemos." - AnnaBel Montez. Essa não é uma história de amor. É uma história sobre o amor. Como ele aparece, como ele se expressa. E como ele simplesmente se t...