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É HORA DA VALSA


Era uma terça-feira quente. Quente mesmo, e agitada. Anna teve que resolver umas coisas bem cedo na sede, mas precisou voltar para o hotel porque aquele era um dia diferente na produção do casamento. Era o dia do ensaio da valsa e ela havia garantido que estaria lá. Não que ela se importasse com Julliet, mas era o nome dela na porta e os passos nessa dança de gigantes já haviam sido dados. A professora de dança já havia sido apresentada.


- Tudo bem, vamos lá. – Jenny, a instrutora de dança acenou com a leveza de um beija-flor, e todo mundo se aproximou. Anna permaneceu quieta, perto da porta. Mexia no celular.


- Anna, querida, você não vai vir? – Julliet perguntou, fingindo-se de preocupada e Anna ergueu os olhos, sorrindo em seguida.


- Claramente ainda não tenho par. – Respondeu, dando de ombros. - Mas estou trabalhando nisso.


- Isso não deve ser um problema para você. – Louiz avaliou.


Ninguém entendia porque Anna estava ali, mas ninguém iria questionar. 


– Bom, eu prefiria deixar minhas opções abertas para o casamento.


- Pare com isso, An! – Louiz gritou, acenando para a outra se aproximar. 


- Não é difícil. Pegue alguém que você goste e dance com ele. - Jenny instruiu, gesticulando com as mãos.


- Não posso dançar com uma garrafa de tequila. – Ela respondeu, fazendo uma cara de decepcionada. – Eu vou ter um par até o casamento.


- Gregory não vai mais dançar com a namorada. – Julliet falou, como se dessa falta de uma peça faltando. Revirou os olhos em seguida.


- Ex-namorada. – John corrigiu. – Vai faltar um casal para a dança. – A cara de John quase convencia de que ele estava preocupado com a harmonia da dança. – Arrume alguém. Dance conosco.


- É só uma aula. Arrume alguém, An. – Khol juntou-se ao coro, fazendo o sangue de Anna ferver.


Anna não iria dançar. Não queria dançar. O plano era só assistir a dança, assegurar que tudo estava dentro do esperado e depois ir resolver as pendências rotineiras. Mas o deboche de John implorou para que ela fizesse algo. Não tinha como deixar ele ficar fazendo gracinha e se divertindo com o fato de que ele achava que ela não queria dançar por conta da presença dele. Ela só não queria dançar porque além de chato, ela não tinha um par.


- Tudo bem, podem começar. Eu já volto. – Ela acenou, sorrindo e saiu da sala.


Não fazia a mínima ideia de quem iria chamar. Talvez até pagasse alguém, ela não ligava. Enquanto esperava o elevador, ela pensou em Lionel. Danniel estava longe de mais, mas irritaria John o suficiente. Matthew ainda estava de viagem, e dadas as circunstâncias do último encontro dos dois; com ela fugindo, não seria justo com ele.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora