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SIM, É SOBRE VOCÊ

"- Quando se perguntar se você ama de verdade, tente se lembrar do pior momento de vocês. Se ainda for melhor que o adeus, então você ama." - Terance.


No hotel, Khol já havia ido para o seu quarto e tirado o resto do dia de folga. Já eram quase seis da tarde, e o saguão estava pouco movimentado. John entrou pelo o estacionamento do hotel, subindo pelos os elevadores e não teve problema ao sair na recepção. Checou o térreo, mas não a encontrou. Pensou em tentar o quarto.

- Olha só. Deve ser o meu dia de sorte. - Ele comentou, logo que a porta do elevador se abriu e revelou Anna. Ela estava escorada na parede de espelho, e olhava o salto preto no pé. Ela não precisou olhar para saber que era ele. - Era exatamente você quem eu estava procurando.

- Eu acredito. Você fez muito isso nas últimas semanas, não é mesmo? - Ela perguntou, desbocada, erguendo o rosto para olhá-lo.

John respirou fundo, preparado para o conflito. Sabia que conversar com ela, convencê-la a conversar com ele não seria fácil, mas contrariando tudo que ele esperava, ela sorriu.

- Eu estou aqui agora, vamos conversar? - Ela perguntou, colocando a mão na porta do elevador, segurando para ele entrar.

John hesitou, sem acreditar e entrou. Anna o observou, tirando a mão da porta e logo o elevador fechou. Nenhum dos dois disse ou fez nada. Ele parecia estar carregado com bombas, sem se mexer.

- Qual o problema? O gato comeu sua língua?

- Você está um doce. Não imaginei que estaria assim.

- E porque?

- Porque você não gosta de mim, e eu bati no seu irmão.

- Ah, é verdade. A confusão no saguão. - Ela comentou, revirando os olhos. - Aquilo foi uma merda, mas eu prometi a mim mesma que não vai me importar.

- Esse tem sido o seu mantra do mês? - Perguntou, apertando o botão do andar de Anna e o elevador começou a subir.

- Tem sido o meu mantra da década. - Respondeu, sorrindo. Ele sorriu também. - Olha, John... eu soube que você estava atrás de mim, e ficou preocupado. Mas eu precisava de um tempo só meu e não vou me desculpar por isso.

- Não esperava que o fizesse.

- Eu sei. Mas voltei decidida a conversar com você, de verdade. Ouvir o que você tem a dizer e responder, se me caber responder algo, é claro. Não sei o que pode vir disso tudo. - Ela deu de ombros.

- Tudo bem. - Ele confirmou, sentindo o corpo inteiro formigar. Aquilo era loucura. - Em que parte do seu ciclo você está?

- Como é? - Ela perguntou, franzindo a testa.

- Qual parte do ciclo você está? Seu ciclo menstrual.

- Eu entendi que é meu ciclo menstrual. - Ela respondeu, rindo em seguida. - Por que quer saber?

- Eu estive com você tempo o suficiente para saber que você fica irritada na fase lútea e um docinho quando tá na pré-ovulação e na ovulação. Em qual fase você está?

- Eu estou ovulando. - Ela garantiu, revirando os olhos e ele mordeu o lábio, feliz por ter aceitado. - Mas não pense que isso evita eu ficar irritada com você.

- Ah, eu sei que não. Até a última vez que eu chequei parece que eu sou babaca, egoísta, infantil e idiota. Esses adjetivos tem potencial de te irritar bastante. - Brincou, fazendo ela rir. Os dois se encararam, cúmplices e ela assentiu negativamente.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora