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ME DÊ ALGUMA ESPERANÇA


- Ok, consegui a Vogue. – Priscila falou, aparecendo no corredor. Tinha os cabelos quase secos, usava um robby floral. Khol faltou pular de alegria, enquanto John respirava aliviado.


- Quanto isso vai me custar? – John quis saber.


- Algumas dezenas de dólares, nada que você não tenha. – Ela comentou, dando de ombros. – Eu consigo uma passagem para sairmos daqui todas em uma semana.


- Uma semana? Todas? Como assim?


- É a comitiva dá noiva, Julliet não vai sozinha. – Khol respondeu, olhando John.


- E eu vou pagar isso?


- Eu devo citar o que aconteceu para sua mulher ter perdido a chance de ter o vestido dos sonhos? – Priscila perguntou, direta e John suspirou. – Ótimo, estamos conversados.


- Eu definitivamente odeio vocês. - Pontuou, olhando os dois, que sorriam, leves outra vez por terem resolvido esse problema.


- John, nós salvamos o casamento. Um pouco mais de gratidão aqui, ok? – Khol debochou, fazendo uma cara de coitado.


- Acreditem, eu não sei explicar o quanto estou grato. – Ele confessou. - Julliet chora desde que recebeu o memorando e me partia o coração, mas sinceramente, Paris? Por que Paris?


- Por que a moda acontece lá. – Khol respondeu, fazendo Priscila sorrir. – E nem fui eu quem disse.


- Quem disse essa merda? – John perguntou, cruzando os braços e com uma cara de tédio.


- Fui eu. – Priscila respondeu.


- Porque não pode ser "a moda acontece em Londres"?


- Porque não é assim. Nós teríamos que no mínimo voar para os Estados Unidos, mas nem assim conseguiríamos. Se ela quer um vestido novo, ela quer Paris.


- Minha mulher quer um vestido, ela não quer um vestido especificamente novo. – Avisou, franzindo a testa.


- John é o casamento dela, por Deus. – Khol intercedeu.


- Olha, eu não quero jogar sujo aqui, mas Anna jamais casaria com um casamento de coleção antiga. – Priscila também tentou.


- A mãe dela já fez o modelo dela, um modelo perfeito. Pelo o que me lembro. – John avisou, sério. – DIFERENTE DA MINHA MULHER, ela conseguiria se controlar e não jogar fogo no contrato!


- Então, pois bem. Na próxima, reflita melhor sobre a escolha da noiva. Sobre isso eu não tenho poder de escolha. – Priscila falou. – Eu vou voltar para o meu quarto. Salvar o dia cansa.


- Experimente fazer isso todos os dias. – Khol piscou para ela, sorrindo.


- Dramático. – John apontou, enquanto Priscila revirava os olhos, dando as costas aos dois, saindo dali. - Como ela está? – Ele perguntou, logo que Priscila sumiu no corredor.


- Vou fingir que não estamos falando sobre outra mulher que não a sua noiva. – Disse, enquanto John suspirava. – Ela está bem. Até onde chequei, está entoando o mantra "eu não me importo".


- Que merda é essa?


- Algo que ela fez para não se importar com mais nada que tenha haver com você. – Contou, dando de ombros. John rosnou, assentindo negativamente. – Sinceramente, o que eu falei aquele dia no saguão se mantem, eu não mudei de ideia só porque estamos conversando, ok? – Avisou. – Eu estou sendo pago para fazer esse casamento e é isto que estou fazendo.


- Não duvidei um segundo se quer. – Respondeu, com deboche.


- John... – Khol respirou fundo, como se tomasse coragem. – Ela me contou o que houve. Você sabe o que houve, estava lá. Siga em frente, ela provou o ponto dela.


- Que ponto, Khol?


- Ela foi embora. Você só queria uma chance para provar que poderia tê-la de novo, e a teve. Aceite não como resposta, siga em frente.


- Então foi isso de que aquela noite se tratou? Um adeus?


- O que diabos você pensou que fosse?


- Eu achei que estávamos começando a conversar! Que ela estava tentando me deixar entrar, mesmo que à duras penas.


- Sinceramente, vocês conversaram ou só transaram? Porque não foi isso que ela me disse! – Ralhou, assentindo negativamente. - Honestamente, vocês deveriam ir a um terapeuta de casal. Só ele pode ajudar vocês. – Disse.


John considerou uns segundos e então estreitou os olhos para Khol.


- Você acha que ela iria? – Perguntou, e o outro revirou os olhos.


- John, pelo amor de Deus. Não, claro que não! Você tem mulher! Porque você não entende isso?


- Eu devo estar falando grego!


- Está! Porque você não faz sentido algum. – Acusou. – Eu vou para o meu quarto. Eu ganho mais! – Avisou, saindo pelo o corredor. – Boa noite!


John acenou, vendo o outro sumir pelo o corredor e suspirou, indo para o seu quarto. Independente de Anna, o dia estava a salvo – Julliet teria seu vestido. E isso bastava – por hora.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora