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NÃO DIGA NADA

"- Já faz algum tempo que o amor se foi desta casa, e não sei o que farei quando perceber que já é hora dele voltar." - Louise.


- Eu não estou entendendo por que você está criando caso com isso. – Khol falou, irritado. Entraram na suíte dele, ele primeiro, com Terance em seu encalço.

Ele não precisava se virar para saber que ela estava espumando. Terance fechou a porta em um baque, fazendo-o se virar.

- Terance, isso é um hotel, não a sua casa. – Reprovou, irritado. Ela cruzou os braços. – Olha, se você quer brigar, eu dispenso. Pode ir para o seu quarto.

- Não vou até você me explicar o que ela está fazendo aqui, e por que ela estava te olhando como se fosse vir te ver mais tarde. – Questionou, séria. – Khol, sei que não somos namorados ou qualquer tipo de casal em que exclusividade esteja envolvido, mas eu pedi sinceridade a você, visto que eu estou me esforçando aqui – e que foi isso que acabou conosco da primeira vez. – Khol suspirou, fazendo-a se irritar ainda mais. – Você me disse que me contaria se algo acontecesse com outra pessoa. Então estou te perguntando, aconteceu ou não?

- Não aconteceu nada que você já não saiba. – Ele respondeu, olhando-a. Terance respirou fundo. – Foi antes de eu decidir conversar com você. Depois disso, eu e ela não ficamos juntos mais.

- Mas não ficaram juntos por que você não quis ou por que ela não esteve mais aqui desde então? – Perguntou, depois de uma pausa.

Khol a olhou, como se tivesse tomando coragem. Estava sem paciência, irritado, mas a amava. Ele sabia disso. Mas também sabia que não ter estado com Nancy foi apenas uma eventualidade de falta de oportunidade.

- Entendi. – Ela disse, assentindo. Khol não se moveu. – Eu vou para o meu quarto.

- Terance. – Ele chamou, tentando pegá-la pelo braço, mas ela recuou. Ele parou de andar, vendo o rosto magoado dela. – Você entendeu errado.

- Não, eu entendi bem. – Esclareceu. – Nós conversamos depois.

Ela deu as costas a ele, saindo do quarto. Ele ouviu a porta bater, e suspirou pesadamente, passando a mão no rosto. Fora até a cama, deitando-se com cuidado. O corpo pesado parecia estar contrariando com o silêncio culposo dele.

Já no bar, Anna estava tomando whisky, enquanto seu prato não vinha. Ela encarava o tampo da mesa de madeira polida, enquanto um blues passava de fundo. Lembrou-se de Ian.

- Com licença. Eu posso me sentar? – Um homem falou, chamando a atenção de uma Anna distraída. Ela ergueu o rosto, encarando o outro.

- O bar está tão cheio a este ponto? – Ela perguntou, fazendo-o rir. Ele segurava uma caneca grande de cerveja escura.

- Você é raivosa. Lembra bem o que Ian falou. – Ele comentou, ainda divertido. Anna ergueu a sobrancelha, vendo-o tocar o braço da cadeira.

- Eu posso? – Insistiu, e depois de uma pausa ela assentiu. – Obrigado.

- Então você o conhece? – Perguntou, bebendo um gole do whisky. O outro se sentou, colocando a cerveja sobre a mesa.

- Bom, nós conhecemos. – Ele disse. – Eu sou Robert. – Contou. O rosto de Anna suavizou, enquanto ela abria um sorriso. – Oh, ele falou de mim.

- Ah sim, o irmão de outro pai. – Falou, se recostando na cadeira. – Nós falamos sobre você.

- E nós sobre você. Ou melhor, ele falou. Eu só tenho ouvido, nas últimas semanas. – Contou, com uma careta. Anna riu.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora