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EU SEMPRE DEIXO UM POUCO DE MIM PARA ME MISTURAR

"- Me diga quanto você está disposto a pagar, e eu te digo quão fundo você pode amar. O verdadeiro amor tem preço, e não valor. Ninguém poderá calcular o valor daquilo que sente, mas com certeza sabe a fundo o quanto paga por ele." - Julliet.


DIA QUARENTA E OITO

- Nós vamos continuar fingindo que nada daquilo aconteceu? - Louiz perguntou, sentado na beirada da cama. Louise estava deitada. Usava um roupão, meia nos pés. Por conta da biópsia, sentia dores nas mamas - no lugar em que fora cortada, estava com hematomas roxos.

- Oh, não, querido. Claro que aconteceu. Tenho passado óleo de lavanda nas mamas para ver se melhora os hematomas e a dor. - Ela debochou, vendo ele sorrir. - Claro que aconteceu, só não quero falar disso.

- Louise, você me rebocou para aquele exame, pode ao menos me dar explicações?

- Não. - Respondeu, cansada. - Você é médico, você sabe o que aconteceu lá. Foi uma biópsia. Não se faça de burro.

- Louise, eu sei o que aconteceu. Eu quero que você me explique porque aquilo aconteceu. - Insistiu, e ela estreitou os olhos. - Eu não quero achar as respostas sozinho aqui Lou, não nesse caso. - Depois de um tempo, ela suspirou.

- Minha mãe teve câncer de mama, estágio avançado. Você sabe, estava lá. - Começou, e ele assentiu. Ele prendeu a respiração, aguardando. Aquilo parecia mentira.

Vendo-a ali, deitada na cama, os cabelos molhados e o rosto sem maquiagem, ela parecia tão frágil. Tão diferente da mulher que acabara com ele nos últimos anos.

- Por conta disso, eu faço exames regulares de seis em seis meses. Na semana passada, um dos exames atestou três nódulos. - Contou, hesitando. - Isso já havia acontecido antes, mas todos eles tinham bordas regulares e bem delineadas e estes não. Meu mastologista insistiu em biópsia, e cá estamos. Foi o que aconteceu.

- Por que não me contou?

- Estou contando agora. - Respondeu, batendo a mão na cama. - É pra doer tanto assim? - Reclamou, levando a mão a mama esquerda. - Parece que fui retaliada.

- Infelizmente vai doer. Você está tomando os analgésicos? - Perguntou, e ela assentiu. - Posso te fazer uma massagem?

- Nos pés? - Questionou, franzindo a testa.

Que sentido isso fazia?

- Não, nas mamas. - Explicou, se levantando e indo até ela. - Onde está o óleo de lavanda?

- Você quer massagear minhas mamas? - Ela perguntou, dando um sorriso nervoso.

- Você está com vergonha? - Ele perguntou, se metendo pelo o banheiro e procurando o vidrinho de óleo. Ela deu uma risada trêmula.

- Não, é que... eu não estou em condições de fazer nada com ninguém agora. - Disse, vendo ele aparecer e ir até ela.

- E quem disse que eu quero fazer alguma coisa? Nem tudo é sobre sexo, Lou. Eu só vou ajudar você. - Disse, tocando o nó do roupão sobre a barriga dela. - Eu posso?

- Não, isso é ridículo. - Negou, segurando o nó. Ele sorriu. - O que foi?

- Você está com vergonha de mim? - Insistiu. - Isso que é ridículo. Vergonha, depois de tudo.

- Eu tô com dor. - Resmungou, com uma carinha murcha e ele riu.

- Então me deixa te ajudar, por favor. - Pediu, e depois de uma pausa, ela assentiu. Afrouxou a mão sobre o nó e Louiz o abriu, afastando as bordas do roupão, revelando os seios fartos.

Por Entre Lençóis, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora