Por Entre Lençóis, Livro 1

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LEVE O MEU CORAÇÃO

O final de semana passou tranquilo. Como se pode prever, Anna evitou John ao máximo e conseguiu evitar confronto. No entanto, logo na primeira hora da segunda feira, ela precisou voltar a sede da empresa para se inteirar dos protocolos e a que pé andavam as organizações. A equipe se reuniu na sala de convenção, repassando as informações. Khol não estava lá. Anna nem se deu ao trabalho de ligar.

Apesar da ausência de Anna, ele conseguiu conduzir bem as coisas. Haviam acontecido quatro festas nesse período, e embora houvesse ocorrido problemas, tudo foi entregue perfeitamente. Ela checou as listas, reviu as anotações e recebeu os memorando das próximas festas. No final, dispensou a todos. Amabily ficou na sala, se aproximando de Anna.

- Ah, deixe-me dizer, você fez um trabalho incrível com os Hampton. Parabéns. – Ela disse, sorrindo para a outra, que assentiu. – Está precisando de alguma coisa?

- Não. – Respondeu, simples. – A organização está avançada, nos estamos em um tempo bom. Só... – Ela hesitou, enquanto Anna erguia a sobrancelha. Amabily suspirou. – Anna, com todo respeito que me cabe, eu sei que você é minha superiora e meu dever é fazer meu trabalho e ponto final. Mas estou com um problema aqui.

Anna apenas a encarou, sentada em sua cadeira. A caneta tamborilando em mãos, aguardando.

- Julliet não quer seguir com a organização se você não comparecer as aulas de dança. – Amabily falou, tomando coragem. – Ela entrou em contato comigo, deixando claro sua posição. Disse que você é uma figura importante na vida... deles. E que gostaria que você participasse da valsa, tanto no jantar de ensaio, quanto no casamento.

As duas se encararam. Anna riu, balançando a cabeça, sem acreditar nisso.

- Você só pode estar brincando. – Disse, mais para si mesma. – E com quem diabos ela pensa que eu vou dançar?

- Eu não sei. Ela disse que a escolha era sua, mas que fazia questão da sua presença. – Amabily explicou. – Anna, eu sinto muito. Tentei demovê-la da ideia, pedi que Khol intercedesse, mas... ela acabou sendo hostil. – O rosto de Anna se alterou, ficando irritada. – Não faltei com respeito a ela, mas estou notificando para que caso ela te comunique, você já esteje ciente.

- Ela te ofendeu? – Anna perguntou, séria. Amabily negou com a cabeça. – Amabily, eu conheço Julliet há uma vida e sei que ela pode ser difícil demais quando quer. Vou perguntar novamente, ela te ofendeu?

- Não. Só foi mau educada. – Respondeu, tristinha. – Disse que pagavam meu salário para que eu fizesse meu trabalho e não se intrometesse em questões que não me cabiam. Que ela, sendo a noiva, e a contratante, escolhia quem dançaria ou não no casamento. – Amabily encolheu os ombros, constrangida.

Anna respirou fundo, com cuidado e Amabily sabia o que isso significava.

- Contou isso a Khol? – Perguntou, e ela negou. – Bom, eu sinto muito por isso, Amabily. Esse constrangimento é culpa minha, uma vez que fui eu que aceitei trabalhar com ela, me perdoe. – Amabily assentiu negativamente. – Se você quiser se retirar da organização, eu entendo totalmente e você não será punida por isso.