꧁ 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘𝚕 ꧂

5

𝙻𝚞𝚌𝚒𝚎𝚗.

Será que Violet tem alguma ambição que ainda não conquistou? Vendo ela aqui bem do meu lado, sinto que tem algo que não transparece nas suas atitudes.

Não demonstra insegurança com nada.

— O quê? — Pergunta ao perceber que estou olhando por tempo demais.

— Posso perguntar uma coisa? — Sou educado o suficiente para não ser invasivo ou indelicado.

— Diga. — Devolve voltando a olhar através do vidro escuro do carro totalmente fechado.

O silêncio absurdo entre nós me faz pensar o quanto ela é antissocial.

Talvez esteja tão distraída que notou nem sequer tudo fechado... Está até abafado aqui.

— Foi o acidente que te deixou... Nestas condições? — Por instantes ela hesita em responder.

— Sim. — Sai por cima de qualquer sentimento bom.

— Quem cuidou de vocês te tempo todo? — Não consigo conter a irresistível  curiosidade.

Violet vira o rosto para mim, parece incomodada.

— Você disse uma pergunta. — Relembra bem séria.

— Eu sei, é que não sei nada sobre você e se vamos trabalhar juntos...

Violet solta uma risada de escárnio.

— Negativo, não precisa me conhecer mais do que já sabe, e corrigindo: você vai trabalhar para mim, não juntos. — Aquele mesmo tom de quem manda e ninguém pode refutar, somente abaixar a cabeça e concordar.

Seu ego é tão grande que quase me sufoca.

— Respondendo a sua pergunta xereta, eu fui criada pela governanta da casa... agora fique em silêncio até chegarmos ok? — Responde tão rápido que demoro para digerir tudo.

Melhor calar a boca. Suportar a grosseria e arrogância dela é necessário para eu receber um salário no fim do mês.

Patético... Posso ouvir seu cérebro dizer.

Irritante e insignificante, é esta sua definição sobre mim. Certeza.

As pessoas que estariam nesta reunião têm assuntos bem mais relevantes a discutir com ela do que eu, estando na mesma altura e entendimento que Violet.

Três passos para não passar vergonha:

1- Ficar com a boca totalmente fechada.

2- Acatar ordens dela sem contestar.

3-Não tentar argumentar ou contrariar nenhum deles.

A loira parece tão focada em algum pensamento que mal se mexe.

Deve ser desconfortável estar no banco de trás devido às suas condições.

O que não interfere em nada sei estilo impecável.

Um vestido vermelho com alças finas de seda brilhante e simples.

Mais simples que o meu terno, (acredito que custa no mínimo o preço de uma despesa).

O carro fica neste silêncio estranho até chegar no grande prédio que tem na frente tem escrito algo que não vejo direito e uma extensa escada que leva ao lado de cima.

— O senhor pode levá-la? — Questiona o motorista não tão velho e olha para mim pelo espelho da frente.

Violet me encara com receio, não quer confiar em mim, talvez pense que posso derrubá-la no meio do caminho.