𝐋𝐮𝐜𝐢𝐞𝐧.

Recebi o meu primeiro salário, paguei o aluguel e o restante dei a minha avó. Meu pai está na mesma, vi ele ontem.

Me fez fazer uma promessa. De que eu seria feliz e buscaria escolher as melhoras coisas para minha vida, ser realizado. Pensaria em mim em primeiro lugar, mais do que qualquer outro se ele partisse.

Chorei quando sai dali, desolado. Não queria chorar na frente dele. Por quê fazer estas coisas? É como se ele fosse fechar os olhos a qualquer momento... E sei que vai.

Ainda não estou pronto para perdê-lo.

É meu pai, me criou sozinho e deu tudo
Tudo mesmo, desde amor até o que podia financeiramente.

Sacrificaria tudo por ele.

Estará em paz se eu cumprir isto. Mas não sei se conseguirei seguir.

O olhar sofrido, agoniado e guerreiro.

Santiago já não aguenta mais. Precisa partir... Sem dor.

Contei tudo a ele sobre Violet... Quase tudo.

Ainda dói onde ela me acertou com o grampeador... No braço.

O que mais me incomoda é saber que fui insensível, colocando a carroça na frente dos bois e não dando nem ao trabalho de lhe perguntar se podíamos conversar. Se estava bem.

Errei.

Não paro de pensar na expressão do rosto, na irritação e revolta com que me expulsou da sua sala... Como se algo antes disto tivesse acarretado sua explosão de fúria.

"Por que não consegue me tirar da sua cabeça Lucien?"

Quase consigo ouvir falar na minha mente, com aquela acidez ousada. Sensual.

— Lucien. — A voz de Kate me tira da prisão mental que estava.

Passei a semana toda ignorando a loira, quero que ela me peça desculpas, e depois irei pedir também e perguntar sobre o que houve antes que eu entrasse na sala pata deixá-la daquele jeito... Mesmo que isso vá levar Violet, a me xingar, ou me tacar um livro ou qualquer outra coisa ao seu alcance.

Pode ser imaturo da minha parte, e orgulhoso. Mas será assim agora.

— Tentei falar com a Violet sobre você e a injustiça que ela fez. — Brado sentindo seu rosto se desvencilhar do meu peito.

Suspirando incomodada, Kate se afasta de mim na cama e fica sentada, observando os próprios pés.

— Violet, de novo. — Sinto sua indiferença em relação à loira.

Ergo o corpo na cama e sento também.

O espaço entre nós parece uma galáxia inteira, mesmo estando consideravelmente pertos.

— Não gosta que eu fale dela. — Kate suspira rápido e se vira para mim por cima do ombro.

— Temos muita coisa para falar, podemos não falar dela. — Pondera querendo ser o mais gentil possível.

A trago para perto do meu peito e abraço seu corpo sob a cama.

— Está bem. — Não é uma garantia que vou parar de pensar na Violet, somente de falar.

Kate fica manhosa em meus braços, quer atenção. Até entendo, porquê fiquei falando da Cinderela má os dois dias quase inteiros que veio aqui me ver. Não dormiu comigo por ter compromissos durante o dia bem cedo. E sair daqui a atrasaria.

꧁ 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘𝚕 ꧂Onde histórias criam vida. Descubra agora