𝐕𝐢𝐨𝐥𝐞𝐭.

𝐑𝐞𝐮𝐧𝐢𝐚̃𝐨 𝐧𝐚 𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐚.

As vozes diferentes que preenchem a sala batem na minha mente como um sino de capela. Pesadas... Indecifráveis.

Minha visão foca somente nele, e os pensamentos estão fugindo, mais longes do posso alcançá-los e aprisionar.

— Violet? — Ouço uma voz conhecida me chamar. Mas não consigo dar atenção.

— Senhorita Maldonado. — De novo, porém é desta vez, outra voz masculina.

Lucien está distraído e não diz uma só palavra.

Será que perceberam que estou observando ele feito um troféu de ouro?

Ah! Que droga.

— Desculpa, o quê dizia? — indago a Arthur, saindo desta onda magnética exclusiva.

Arthur faz cara feia e demonstra nitidamente impaciência.

Os outros homens reunidos aqui são muito sérios e mal-humorados... Fora o fato de não se conformarem que seja uma mulher aqui sentada, governando está empresa.

Lucien me lança um olhar e não consigo decifrar a mensagem que contém.

— Dizia que precisamos tomar uma atitude em relação à satisfação dos funcionários desta empresa. — Arthur devolve sem interesse.

Todos os outros esperam minha resposta, os olhares me pressionam como uma carcaça prestes a ser devorada por urubus. Exceto o loiro.

Parece estar em outra dimensão.

— Podemos fazer uma pesquisa coletiva, ou um questionário e distribuir entre os funcionários. — Dou a sugestão, voltando a focar nos assuntos da empresa.

— Ou podemos perguntar aos funcionários como eles se sentem aqui dentro, se estão acreditando que falta algo para acrescentar nos conformes da empresa e faremos o que estiver ao nosso alcance. — Arthur cheio da síndrome macho hétero que não aceita opiniões femininas, imita minha sugestão tão mal com outras palavras.

Todos acham muito incrível "ideia", tão original.

Se gabando pelas minhas palavras.

Lucien me olha da outra ponta da mesa e dá um sorrisinho.

— Obrigada, Arthur, por dizer a mesma coisa que, porém com mais incapacidade do que eu pensei que você teria. — Sorrio na intenção de deixá-lo envergonhado... e consigo.

O clima fica tenso e eu dou uma longa respirada para não xinga-lo aqui mesmo e deixar sua expressão de incômodo e revolta ainda pior e satisfatória.

— Muito bem! Vamos fazer isto. Reunião encerrada. — Já estou de saco cheio mesmo e isto durou muito mais do que eu esperava.

Chatice.

Só quero ir para casa e tomar um banho longo quentinho.

— Senhores, já conhecem a saída. — Aponto a porta após dar uma palmada leve na mesa longa de madeira vagabunda.

Lucien parece satisfeito com minha atitude, já não aguentava mas também e deve estar com o corpo dolorido pelo tempo que esteve nesta cadeira. Sua salvadora.

É um homem inteligente, me admira sua capacidade de ter sugestões prontas na ponta da língua quando o problema vem.

Após todos saírem ficamos sozinhos na sala e ele se levanta vindo até mim, meio receoso — tímido.

꧁ 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘𝚕 ꧂Onde histórias criam vida. Descubra agora