𝙻𝚞𝚌𝚒𝚎𝚗.

Voltamos de Ilha Bela e agora terei que lidar com meu trabalho o caos que é São Paulo.

- Oi, vó, como a senhora está. - Deixo minha mala no chão e abraço a velhinha mais baixa que eu.

- Estou bem meu filho, e você? Está mais corado. - Analisa meu rosto com atenção e aquela expressão de curiosidade vem.

Violet a cumprimenta gentilmente e logo vai dar um abraço em Raquel, logo atrás.

- Onde estão Rosário e Consuelo? - Questiona as procurando pela casa.

- Foram fazer algumas compras, como foi a viagem? Se divertiam muito? - Raquel parece realmente curiosa.

Caminho abraçado à minha avó até a cozinha seguindo as duas irmãs que conversam, Violet responde por mim - pois sabe o que eu diria.

- Como foi ficar aqui vó? Te trataram bem? - Cochicho no ouvido dela e dou um beijo na sua testa.

- Ótima, Lucien, não tenho do que reclamar. Rosário e Consuelo me trataram muito bem, não sabia o que fazer para me agradar mais. - Seu tom satisfeito é indício suficiente que lhe deixei em boas mãos.

Paramos de andar a uma certa distância das duas loiras e puxo minha avó de canto.

- E ela? - Estranhando a pergunta, dona Eulália busca no fundo da mente alguma resposta.

– A loirinha dos olhos verdes com cara de doida? - Seguro a risada pelo jeito que ela se refere à Raquel, confirmo sua dúvida.

- Bom, ela é muito esquisita, troquei uma ou duas palavras só e quase não vi Raquel sair do telefone, fica o dia inteiro no quarto às vezes. - Eulália tem aquele olhar suspeito e curioso nas íris.

- Não sei não, não confio nela. - Percebo que Violet e a própria estão voltando para o corredor e disfarço indicando a mesma ação para Eulália.

- Lucien, preciso que venha comigo até à empresa. - Pede minha loira parecendo estar incomodada com algo.

- Aconteceu alguma coisa? - Violet confirma mexendo a cabeça e Raquel toma a frente.

- Os funcionários estão ameaçando fazer greve, já havia informado a minha irmã durante a viagem...

- Só que eu não te disse, não queria preocupar. - Aquele olhar apreensivo toma conta de Violet após completar a irmã. Rosário e Consuelo surgem parando atrás de Raquel feito duas sentinelas em seus postos.

- Menina, só quero te avisar que as insulina chegaram, obrigada. - Pondera a senhora mais baixa que Rosário. Raquel apenas a olha de relance pela aproximação inesperada e suspira casual.

- Que bom, uma notícia boa pelo menos. - Brada Violet meramente aliviada.

- Dona Eulália, a senhora vai me desculpar... Mas vou roubar seu neto por um tempinho. - Pega meu pulso avisando gentilmente minha vó.

- Tudo bem querida, ele é todo seu. - Devolve a senhora sorrindo e se desvencilha de meu abraço.

- Vou com vocês dois - Informa Raquel, séria e pega sua jaqueta sobre o sofá branco ao lado, Rosário e Consuelo acenam despedindo-se assim como Eulália e as três permanecem uma ao lado da outra em fileira enquanto saímos pela porta.

Raquel nos levou no seu carro, e correu tanto que pensei que colocaria meu café da manhã pra fora ou bateria pela (sei lá quantas vezes) cabeça na janela do carro.

Doida.

Na empresa.

Mal consigo me firmar ereto, estou zonzo, mas vou seguir apoiada na cadeira de Violet para caso cair duro no chão.

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