☕︎𝙻𝚞𝚌𝚒𝚎𝚗☕︎

Estou muito machucado, devido às lutas de ontem.

Apostaram muito dinheiro em mim e não decepcionei, cai no ringue... Fiquei quase os minutos contados para dar a vitória para o adversário, e no último segundo... 4, 5.

Eu levantei e nocauteei o adversário, ganhando a luta. Mesmo com tantos golpes e zonzo.

Pensei que morreria, tanto sangue na minha boca, tanta dor no corpo.

O nariz quase deslocado e vários hematomas.

"Vitória do latino".

É um apelido que eles me deram pouco depois que entrei e permaneceu assim.

Com o dinheiro conseguido, comprei algumas besteiras para enganar o estômago.

Mas, não vai durar muito tempo.

Ontem o síndico veio e confiscou minha peque a televisão e eu agora nem o noticiário posso ver.

Logo estará tão vazio o espaço da sala que mal poderei me sentir numa casa.

Não sei nada sobre Violet, desde aquela discussão na casa dela.

Andando pelos arredores da empresa debaixo do sol escaldante, vejo uma mulher loira muito parecida com Violet em fisionomia, apesar de só vê-la de costas.

Seu andar é de uma modelo, elegante e o seu colete estilo sobretudo preto balança conforme caminha graciosamente.

Espera... Ela se parece com a mulher da foto... Não, deve ser loucura minha, a está altura a fisionomia não seria a mesma.

Teria envelhecido, já que a foto parecia ser antiga e Violet era adolescente na época... Não que seja tão velha.

Sou separado da minha mente quando um som extremamente perturbador atinge meus ouvidos e levo um susto que faz meu coração disparar e o corpo reagir dando um pulo.

Uma buzinada.

Atrás do vidro da frente do carro preto, está quem eu menos queria ver agora... Violet.

Seu sorriso fechado e forçado, sua expressão de impaciência. Mal percebi que estar na frente da vaga dela.

Faço menção de ir para a calçada e Violet estaciona, se ainda estivesse no asfalto ela me atropelaria, certeza.

Cruzo os braços e a observo ser retirada do carro por Ramalho.

— Sabe Violet, eu pensei que você era só mal-educada... — Violet ergue as sobrancelhas, incrédula enquanto se ajeita na cadeira.

— Mas...? — Questiona esperando a resposta.

Ramalho me olha de relance e dá uma risadinha após pôr Violet na calçada.

— Você também é imatura — digo como se fosse uma grande descoberta com um tom sarcástico.

A loira contrai os lábios com força e se segura para não mostrar o dedo para mim.

— Senhorita, precisa de mais algo? — Pergunta o chofer e Violet nega se virando para ele por cima do pano da cadeira.

Ramalho assente e entra no carro, obviamente sabe dirigi-lo.

Apenas fico em silêncio e espero para atravessar a rua enquanto o motorista aguarda passagem livre para ir.

Quando vou atravessar...

— Lucien, espera. — A voz de Violet é alta o suficiente e eu me viro sem entender.

— O que? — Pergunto colocando o corpo para trás e recuando a proximidade com a rua.

꧁ 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚛𝚘𝚕 ꧂Onde histórias criam vida. Descubra agora