33. Pisando em ovos

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Rumiko Kirishima foi chacoalhada até acordar, o quarto estava com o cheiro pesado dos feromônios, eram de sua esposa. A ômega estava muito assustada. Rumiko, uma alfa, sendo acordada daquela maneira, também se assustou.

Ela se levantou de súbito da cama, em alerta. As pupilas afiadas, os olhos vermelhos iluminados para ver melhor Misaki, na escuridão do quarto, só tendo a pouca luz do corredor entrando pela porta aberta.

— O que? O que, Misaki?

— Eijirou! Eijirou! — respondeu ela.

Segurava firme o filho no colo e tinha vestígios de sangue por seu braço e um pouco na roupa. Havia um pano pressionado contra o rostinho do pequeno Eijirou. Rumiko só ficou mais atordoada.

— O que aconteceu?

Misaki não conseguia se acalmar para explicar:

— Vamos pro hospital! Ele se cortou no olho!

Eijirou chorava baixinho nos braços de Misaki, e ela ficava mais apreensiva a cada segundo.

Foi uma correria ao hospital no meio da noite.



No meio da noite, após usar o banheiro, voltando para o quarto, ele se cortou um pouco acima da pálpebra do olho direito.

O quirk se ativou pela primeira vez, justo quando ele foi coçar o olho, todo sonolento. Criança pequena e confusa, se assustou com o próprio sangue na mão endurecida, toda estranha. Quando piscava, mais pingava. Teve medo, principalmente por ter ferido o olho.

Tentou não chorar, ao mesmo tempo que chamava pela mamãe. Qualquer uma das duas que atendesse seu chamado, estaria bem. Misaki saiu do quarto, preocupada, e quando foi ele a viu, desmoronou, se pôs a chorar. Abriu os pequenos braços pedindo colo, consolo, ao que ela correu para dar.

Todos tomaram susto com o ocorrido.


Estavam aliviadas vendo Eijirou com o curativo no olho. As perninhas balançando na maca, ele brincando com a pediatra, não estando mais assustado.

Saiu de mãos dadas com a mãe Rumiko, feliz com o pirulito que ganhou da médica. Misaki olhou para ele, que mordia o pirulito, rosnando baixinho, com dificuldade de quebrar o doce.

— A pediatra disse que ele vai desenvolver dentes afiados.

Então Rumiko disse:

— Além de suas bochechas, ele vai ter seu sorriso? Ouviu isso, Eijirou? Você será adorável igual à sua mamãe coruja.

Misaki ruborizou.

— Do que está falando? Ele se parece mais com você.

— Comigo? — Rumiko beliscou uma bochecha do filho e ele riu gracioso. — Veja como são grandes, iguais as suas.

Misaki acariciou os cabelos pretos do pequeno alfa.

— Ele é risonho que nem você. Tem seus olhos, seus cabelos e nariz... não ouviu? A pediatra disse que ele vai crescer bastante. Isso é do seu lado da família.

— Será um alfa alto igual mamãe, hm?

Ao que Eijirou gesticulou bastante em "sim". Prosseguiam a caminhar para saírem do hospital, ele esticou os bracinhos para dizer:

— Igual uma montanha.

— Oh, querido, não precisa ser tão alto, hihihi! — riu Misaki, achando uma fofura a imaginação exagerada de seu garotinho.

Sou assim como vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora