Sou assim como você

9. Admitindo a culpa alfa

Na lavanderia do dormitório, Bakugou se sentou no banco em frente a uma das máquinas de lavar roupas. No celular, falava com os novatos, os kouhais, que instruía no estágio da espetacular heroína, Mirko (Miruko). Estava fazendo seu trabalho como o senpai.

Um senpai com uma personalidade difícil, vivia com cobrança em cima deles, mas esses jovens querendo ter a heroína profissional Mirko, que cobrava tanta confiança quanto, eles meios que já esperavam e estavam contentes. Um bando de masoquistas na opinião de Bakugou, nada humilde.

Dentro da máquina estavam os seus lençóis sujos, que ele e Kirishima tinham usado.

Estava tentando focar em outra coisa, do que lembrar do que tinham feito.

Ou acabado de fazer.

Ainda tinha suas obrigações, além de muitas outras coisas que resolver. Limpar a bagunça da noite passada era só um dos passos.

Sua mente não deveria estar formigando tanto com isso.

Entretanto, estava.

Não demorou para receber uma mensagem de sua chefe/orientadora/mestre, o que quer seja:

"Está tudo bem, Bakugou?" — perguntou Mirko, Usagiyama-san.

Se surpreendeu com a questão.

"Moleque, você parece estar de ótimo humor hoje! "

Girou os olhos pela forma como ela lhe chamava.

Mesmo que já fosse um adulto, bem jovem adulto, tinha que entender que para "velha", era como uma criança. Lembrava sua mãe. E não queria associar de novo ela à mãe. Já tinha cometido o erro de escorregar um "'tá bom, mãe" para ela, e pra Usagiyama superar levou quase um mês de provocações! E às vezes ela ainda lembrava.

"Parece até quando você acertou uma bicuda no ar depois da explosão, naquele fugitivo. O que foi ÓTIMO! " — ela diria que "foi do caralho" se não houvessem os menores lendo também.

Os outros três novatos começaram a reparar graças a Rumi Usagiyama:

"Verdade, Bakugou-senpai mal xingou a gente hoje! "

"Mal xingou? Eu recebi um elogio!!! Não sei o que aconteceu, mas espero que aconteça mais vezes contigo, senpai! "

"Bakugou-senpai milagrosamente acordou do lado certo da cama. "

"É por quê fomos bem na última patrulha, senpai? "

"MANO???!!! PAREM DE ME ENCHER!!!" — Rangia os dentes ao digitar. Para sua sorte não estavam ali fisicamente presentes, senão o veriam ficar todo vermelho. E com certeza iria soltar umas explosões e assustar os adolescentes. — "VÃO ESTUDAR, PIRRALHOS!!!"

"Hahahaha!!!" — Só de ler isso de Mirko imaginava ela dando aquela gargalhada alta. E com certeza ela daria na cara dele. — "Ah... a juventude. A juventude! "

Quando foi que ele ficou tão fácil de ler?

Já não era a primeira pessoa que reparava no estado que estava.

Por um lado, ao menos eram pessoas com quem conviveu por muito tempo e eram próximos, por outro... era irritante estar tão na cara assim.

Viu Todoroki chegar e pegar produtos de limpeza, junto a luvas de borracha. Tinha um lenço amarrado ao pescoço, outro cobrindo o topo da cabeça. O cabelo comprido de duas cores, trançado, estava preso em um grande coque.

Bakugou o estranhou:

— O que vai fazer, meio-a-meio de merda?

— Decidi limpar o chuveiro dos alfas.