O Guarda-Costas [COMPLETO]

Capítulo 20

Scarlett

— O Eli? — Eu dou um pulo do sofá e percebo o Warren fazendo o mesmo.

— Por que está tão frio aqui? — Será que ele só se importa com isso mesmo?

Espera... Isso significa que ele não nos viu? Se o Eli não nos viu, que... Alívio. Eu não quero dar pano pra manga, e se ele descobrir que virou corno...

— O aquecedor está quebrado, chefe. — Warren explica.

— Então por que você não está consertando? — Pergunta irritado.

— A empresa de aquecimento mais próxima fica a oitenta quilômetros de distância, e eles não podem trazer ninguém aqui até amanhã. — O Eli revira os olhos e joga sua pasta na mesa da cozinha. Ele só reconhece minha presença acenando em minha direção. Eu e o Warren nos olhamos e é óbvio que nenhum de nós sabe o que o Eli está fazendo aqui. — Você tem alguma novidade sobre quem está ameaçando ela? — Eli balança a cabeça.

— A polícia é inútil.

— Então... Eu ainda estou correndo perigo? — Pergunto e o Eli olha pra mim.

— Bom, talvez não tanto quanto antes, agora que te declararam morta com sucesso. — Fala e meu sangue ferve.

— Pois é, o que acha de conversar sobre isso? Por que eu fui declarada morta?! — Pergunto colocando as mãos na cintura.

— Porque ninguém vai atrás de pessoas mortas, Scarlett. Não é óbvio? — Fala e minha vontade é de apertar o pescoço dele.

— Então foi ideia sua? — Pergunto.

— Claro que não. A polícia queria fingir a sua morte. Demorou uns dias, mas encontraram uma drogada sem identificação e sem amigos ou família e depois usaram ela pra fingir a sua morte. Colocaram seu anel no dedo dela, largaram ela na nossa rua e tacaram fogo no corpo. — Eu tremo e dou um passo para trás, esbarrando no Warren. Eu quase tinha me esquecido que ele estava junto até que seus braços agarram os meus ombros para me firmar.

— Mas isso é...

— Não fique tão surpresa. Pelo menos funcionou, não? — Pergunta cinicamente. — Não recebo uma única ameaça faz cinco dias. — Não posso deixar de me sentir esperançosa com as palavras dele.

— Isso significa que eu posso ir pra casa? — Pergunto e os olhos do Eli se endurecem.

— Não até depois da eleição. — Fala firmemente.

— O quê? Por que tanto tempo? É sério que você vai deixar as pessoas pensarem que eu estou morta por mais duas semanas? — Pergunto já impaciente.

— Sim.

— Você não poderia ao menos contar pra Hannah e a minha família que eu estou bem? — Pergunto com sarcasmo.

— E por que eu faria isso? — Pergunta incrédulo.

— Tá falando sério mesmo?! Eles acham que eu estou morta! Provavelmente estão arrasados! Eles... — Nem consigo terminar a frase, pois sou interrompida por um Eli furioso.

— Chega! Corta esta pra cima de mim, Scarlett. Sua família não quer nada com você, ou já se esqueceu disso? Eles te odeiam, e você odeia eles. Eles não se importam se você está viva ou morta. — Fala ignorante.

— Quem você pensa que é? — Pergunto no mesmo tom.

— Você sabe que é verdade. Eu sou o único aqui que se importa com você. — Fala e eu rio.

— Aham, claro. — Falo sarcástica.

— Eu inclusive vim até aqui porque estava preocupado com você. Porque eu queria explicar o porque de fazer o que fiz. Eu estava com tanto medo que você fosse fugir e estragar o disfarce, que assumi o risco de alguém me seguir até aqui. Meus homens vasculharam a área pra garantir que isso não acontecesse, é claro. — Eu zombo dele.