Capítulo 33

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Scarlett

Observo com espanto quando o Warren abre facilmente a porta usando um clipe de papel e um grampo dobrado. Foram necessárias algumas manobras, mas ele fez a tarefa parecer fácil. Girando a maçaneta, Warren abre a porta e entramos no escritório do Eli.

— Isso foi tão legal! — Falo animada.

— Então, você acha que entende como fazer agora? — Pergunta.

— Talvez, mas definitivamente vou precisar praticar. — Warren sorri e se endireita. Nossos olhos percorrem o escritório. — Nossa, olha só. Tá quase exatamente como eu me lembro. — A papelada fica espalhada pela mesa e pratos vazios de comida ficam fedendo na poltrona. Warren torce o nariz com nojo.

— Parece que ninguém limpa esse lugar há semanas. — Fala e faz uma careta.

— Isso porque ninguém limpa mesmo. — As sobrancelhas do Warren se erguem de surpresa.

— Sério?

— Infelizmente. O Eli raramente permite que alguém entre no escritório. — Explico.

— Mas o resto da casa é bem limpo. — Fala incrédulo.

— Eu sei.

— Ele manteve a empregada, pelo jeito. — Dou de ombros e vou até a mesa. Quando chego, percebo uma pilha familiar de pastas de papel pardo. — É aqui que ele mantém os nossos registros financeiros. — Levantando um, puxo a papelada de dentro.

— Ele guarda isso em pastas na mesa? E o computador? — Pergunta.

— Não, o Eli não confia em computadores. Ele diz que qualquer um poderia invadir hoje em dia se tivesse os meios pra fazer isso. — Começo a folhear as páginas quando encontro um adesivo azul. — Pagar o encanador, se os ratos desaparecerem, US$ 15.000? O que isso significa? — O Warren pega o adesivo e o vira.

— Tem um número de telefone aqui na parte de trás. — Fala.

— A gente devia anotá-lo. Nunca vi um bilhete assim antes. Por que você acha que está escrito em enigma? — Warren não responde. Em vez disso, ele pega o celular e tira uma foto do bilhete.

Tento memorizá-lo na cabeça, repetindo os números até ter certeza de que me lembrarei. Abro as gavetas da mesa do Eli. Duas delas estão cheias de canetas, papel e fita adesiva, enquanto outra está cheia pacotes de salgadinho e lanches. Eu me perguntava pra onde tudo isso tinha ido. Quando tento abrir a quarta gaveta, ela não se mexe. Eu puxo com mais força, mas nada acontece.

— Está trancada? — Pergunto.

— Parece que sim. — Fala.

— Não faço ideia de onde ele guardaria a chave. — Talvez seja só outra gaveta de lanches... Mas se fosse esse o caso, por que ele trancaria? Tem alguma coisa suspeita nisso. — Você consegue destrancar essa gaveta? — Pergunto.

— Claro. — Warren se ajoelha na frente da mesa e observo fascinada. Usando o grampo e o clipe de papel de antes, ele agita cuidadosamente as ferramentas até que elas entrem. Demora mais ou menos um minuto, mas, finalmente, a gaveta se abre com um som retumbante.

— Essa é realmente uma habilidade bem útil de se aprender. — Warren sorri e se afasta, deixando-me fazer as honras. Quando a gaveta se abre, noto uma pasta verde-limão sem rótulo, disposta bem no fundo. — Eu nunca vi essa pasta antes. — Eu a tiro e a coloco sobre a mesa. Warren se aproxima. Abrindo a pasta, franzo a sobrancelha em confusão. — O que é isso? Um contrato? — Warren puxa o papel e o estuda de perto. — Então? — Uma sombra cruza seu rosto e ele calmamente coloca o papel na mesa.

O Guarda-Costas [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora