Capítulo 39

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Scarlett

Pensar naquele dia me faz sorrir. Eu queria que ele estivesse aqui agora. Mas ainda não acabou.
Olhando ao redor da sala, começo a notar quantos lugares escuros e janelas a casa dela tem. Ando até cada janela, fecho bem as persianas e acendo todas as luzes da casa.

Pelas próximas duas horas, sinto tudo, menos calma. Cada barulho me faz pular e cada ruído faz a minha cabeça virar na direção para ver o que foi. O pior momento é quando o gato da Hannah decide pular ao meu lado no sofá. Eu grito tão alto que fico surpresa que as janelas não quebrem.

— Cacete! O que você tem?! — A Hannah entra correndo na sala, segurando um guarda-chuva. Eu grito de novo quando a vejo correndo em minha direção. — Scarlett! Sou eu! Para de gritar!

— Ai meu Deus! Você me assustou! Não faz isso de novo! — Falo colocando a mão no coração, que está acelerado.

— O quê? Entrar na minha própria casa? — Pergunta rindo, reviro os olhos e ela olha em volta. — Por que todas as cortinas estão fechadas? E por que você acendeu todas as luzes? Fico surpresa que não tenha caído a energia.

— Eu estava com medo! É assustador ficar aqui sozinha. — Falo.

— Ei, desculpa. Eu nem parei pra pensar como seria te deixar aqui sozinha. Mas não aconteceu nada, né?  — Pergunta preocupada.

— Não, mas eu não queria me arriscar. — Falo e ela suspira se sentando no sofá ao meu lado. — Como foi o seu encontro?

— Produtivo.

— Essa é uma forma bem estranha de explicar um encontro, eu acho. Pra onde ele te levou? — Pergunto curiosa e ela ri.

— Não, eu quis dizer que consegui algumas informações com ele. Demorou um pouco pra convencer ele, mas não demorou muito pra ele contar como um canário. — Explica.

— Hum, convencer, é? — Dou um sorriso irônico e ela fica vermelha.

— Certo, enfim, é muito pior do que a gente imagina. — Fala mudando de assunto.

— Como poderia ser pior? — Pergunto.

— O Eli está dizendo à polícia que foi o Warren que matou você, enquanto que a Lana foi quem tentou matar o Warren. — Explica.

— Espera, o quê?! — Pergunto surpresa. — O Eli está culpando o Warren pela minha morte? Que loucura! E que tipo de argumento ele está usando contra a Lana?

— Bom, o Eli admitiu ter contratado o Warren como seu guarda-costas particular. Ele também disse que, com o tempo, o Warren começou a ficar mais agressivo e ultrapassou os limites. Ele contou uma história sobre o seu guarda-costas basicamente tentando te agarrar. — Meu queixo cai e juro que estou vendo tudo embaçado. — Segundo o Eli, o Warren enlouqueceu depois que você rejeitou ele. Ele te matou numa cabana no meio do nada e tentou fazer sua morte parecer um acidente.

— Isso é... Isso é tão... — Começo a falar, mas não consigo terminar a frase. Nervosa.

— E não é nem metade.

— Então, como o Eli explicou o Warren acabando em lá na casa? — Pergunto tomando um copo de água que estava na mesa de centro.

— Ele afirmou que o Warren se arrependeu depois de te matar. Ele queria pedir perdão ao Eli e se entregar, mas quando chegou na casa, encontrou a Lana lá. — Explica.

— E como o Warren e a Lana se conheciam? — Pergunto já irritada, com a canalhice do Eli.

— Ele já tinha trabalhado na equipe de segurança do Eli, então acho que essa é a explicação que ele deu. Enfim, assim que a Lana percebeu quem ele era, ela ficou "assustada que ele fosse causar problemas pra carreira política do Eli". — Ela fala fazendo aspas com os dedos. E eu zombo.

O Guarda-Costas [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora