Capítulo 36

968 75 0
                                    


Scarlett

Eu acabei de descobrir que meu marido é abusivo... E o pior, não para por nada! Enquanto fico absorvida pelos meus pensamentos, a porta se abre e o Warren entra no quarto. Ele gesticula para eu sair do closet.

— O que houve? — Pergunto.

— A gente precisa ir, rápido. — Ele estende a mão e eu voluntariamente estendo a minha para segurar a dele. Com os dedos entrelaçados, ele me puxa pelo corredor e as escadas. Indo para a sala, o Warren para, me fazendo hesitar.

— Como vamos sair sem ser vistos? — Pergunto.

— Eu deixei uma porta... — De repente, Eli desce correndo as escadas. O Warren me joga no tapete atrás do sofá e eu caio com um baque forte. O som faz com que a cabeça do Eli se incline em nossa direção. Warren congela acima de mim.

— Sr. Garcia? — O espanto na voz do Eli é inconfundível. Com medo que ele escute a minha respiração trêmula, aperto a mão na boca. Escuto com atenção, mas meu coração frenético não está me ajudando.

— Olá, chefe.

— O que você está fazendo aqui? — A voz calma do Eli manda um arrepio gelado na minha espinha. O corpo do Warren está rígido de tensão enquanto ele avalia a situação.

— Eu vim o mais rápido que pude. Alguém tentou nos matar na cabana. — Warren fala firmemente e o Eli permanece em silêncio. — Não sei como te dizer isso, chefe, mas a sua esposa não resistiu. Ela morreu.

— Ela foi levada pra algum hospital? — Pergunta e a testa do Warren franze.

— Não, já era tarde demais pra salvá-la.

— Cadê o corpo? — Pergunta.

— Foi descartado.

— Ótimo. — Fala e sorri. Meu coração para.

— O quê? — Ouço o clique de uma arma e o Warren levanta as mãos. — É ótimo que a sua esposa não tenha resistido?

— Sim, porque senão eu não poderia fazer isso. — Eli dispara a arma. Eu assisto horrorizada enquanto o Warren cai no chão. — Inútil, isso é o que você é. — Eli vai até onde o Warren está deitado e o chuta de lado. Warren geme e eu mordo meu lábio para não gritar. Eu ouço os passos do Eli correndo pelas escadas e me mexo para correr até o Warren, mas ele me impede.

— Não se mexa. — Sua voz sai tensa e fraca, tão diferente dele.

— Não posso simplesmente te deixar aí. — Sussurro em meio as lágrimas.

— Scarlett, nem pensa em se mover um centímetro desse sofá. — Eu fico imobilizada, observando a cor se evaporar das suas bochechas. Ele me observa até as pálpebras começarem a cair. Segundos depois, os passos do Eli descem as escadas enquanto ele caminha até o Warren.

— Agradeço tudo o que você fez por mim, Garcia. Você foi fundamental em tudo isso. — Ele sorri. — Eu não ia conseguir sem você. — O Eli se abaixa com o lenço esquecido da sua assistente nas mãos. Ele mergulha cuidadosamente o lenço no sangue do Warren até que fique encharcado. Eu quase engasgo com um soluço quando vejo o peito do Warren mal se movendo para cima e para baixo. Sua respiração forçada pode ser ouvida ecoando por toda a sala, e isso parece fazer o Eli sorrir. — Obrigado pelo seu serviço. Quase sinto pena de ter terminado assim. — Eli coloca o lenço na mão estendida do Warren e depois se endireita e se dirige até a porta.

Assim que ouço logo a porta fechar atrás dele, corro até o Warren. Com lágrimas ocultando a minha visão, eu tento desesperadamente acordá-lo.

O Guarda-Costas [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora