Capítulo 22

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(...)

- Por um momento cheguei a pensar que éramos adultos - disse Alfonso e Anahi virou para ele já sorrindo, sem nenhum resquício da seriedade que dirigiu a Claire. Ela arranhou o tecido sobre o seu peito com o indicador, misteriosamente intencionada. Chegou ao queixo e começou a desenhar o maxilar.

- Vou aproveitar que você mencionou. Se nós somos adultos, nós vamos fazer isso como tem que ser feito, não é? - perguntou, massageando o lóbulo da orelha de Alfonso delicadamente, concentrada.

- Como isso tem que ser feito? Até raiar o sol? - ele sugeriu com malícia, devolvendo a carícia que ela lhe oferecia - Até que não tenhamos nada novo para tentar?

- Isso também - ela riu, prendendo o próprio lábio - Mas quero dizer que amanhã você não vai poder me cobrar por qualquer que seja a expectativa que esteja nutrindo.

- Anjo - ele chamou - Eu sou seu marido, você não precisa negociar comigo.

Anahi teve uma antiga sensação despontando no fundo da mente, incomodando. Ele também era seu marido quando, anos atrás, ela precisou negociar. Era irônico. E agora ele parecia simplesmente sincero ao invés de manipulador. No fundo, ela queria que tivesse sido assim desde o princípio.

Mas não havia sido. Fim. E por causa disso eles viviam algo diferente agora; viveriam por um bom tempo.

- Alfonso - ela censurou, séria, e o sorriso de Herrera vacilou diante daquilo. Novamente, ele não encontrou concessões. Ela queria um acordo explícito e claro, sem brechas.

E, bem, talvez ele pudesse dá-lo.

- Não estou nutrindo expectativas - alegou - Quer subir?

- Não.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Disse que estava cansada e que ia se recolher.

- Era para ela sair daqui - respondeu, indiferente, rindo para ele. Alfonso balançou a cabeça em negação, entrando no que ela estava estabelecendo, fosse o que fosse.

Eles beberam mais, dançaram mais, ignoraram pessoas e olhares, absortos naquilo. Mais uma vez: fosse o que fosse aquilo; naquele momento Alfonso não queria saber. Decidiram se recolher e Anahi, no meio de gargalhadas, precisou de ajuda para subir as escadas porque o vinho havia alterado a precisão do seu equilíbrio, mas ainda não o suficiente para fazê-la esquecer o que havia prometido.

Inclusive....

Ela se amparou na porta do seu quarto, olhando Alfonso, parecendo pensar.

Oh, talvez eu tenha me apressado
Talvez eu tenha esperado por tempo demais

- Não acha que já me castigou o suficiente por hoje? - ele perguntou, atormentado, apoiando uma mão na parede atrás de Anahi, deixando-a encurralada.

- Não acho, mas posso fazer uma pausa e continuar amanhã - ela o puxou pela gola da camisa e o peito de Alfonso bateu contra o seu. A boca de Anahi caçou a dele, faminta, mas Alfonso a afastou segundos depois, erguendo-a nos braços. Ela olhou, confusa, e o viu empurrar a porta, fechando-a em seguida com um chute.

Ele a levou até a cama e a depositou no centro do colchão. Sorriu antes de se por sobre ela, fascinado pela imagem que tinha. Anahi conteve a respiração quando o sentiu tatear o ziper lateral do seu vestido, antecipando algo que não veio. Ela imaginou que ele iria se livrar das roupas com rapidez e possui-la sem demora, mas em vez de pressa Alfonso fez aquilo devagar, estudando cada pedaço que vinha surgindo por baixo do tecido.

Apareceu o espartilho em detalhes de renda, e os seios apertados dentro dele. Alfonso simplesmente olhou, admirando, para depois sondar a borda da peça com o indicador. O fôlego de Anahi ficou ainda mais rarefeito.

Depois do InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora