CAPÍTULO XXXVI

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No fosso da escada Theodoro encarava o homem que tivera a ousadia de puxar uma arma celestial e apontá-la para ele, o barulho da porta batendo as suas costas pôde ser ouvido atestando a saída de sua pequena presa aumentando sua frustração e fúria por ter sido interrompido em seu prazer.

- Teve a audácia de puxar a suas armas para mim secretário? – Questionou indignado fitando o invasor com evidente repúdio. – Para mim? – Repetiu ameaçadoramente.

Fixou seu olhar nas duas Katar apontadas em sua direção, feitas do mais frio e resistente gelo sobrenatural as adagas de lâminas triplas sobrepostas brilhavam ameaçadoramente conectadas aos pulsos de seu dono que sabia manejá-las como ninguém.

Eram tão mortais quanto olhar que seu dono lhe lançava, um movimento das mãos e as lâminas se abririam como garras assassinas fatiando e congelando o interior da vítima que tivesse o infortúnio de ser atingida por elas, seu brilho azulado cintilando como pequenos cristais de gelo falavam muito sobre sua letalidade, assim como atestavam que o homem que as empunhava não estava para brincadeiras.

- Se dê por feliz por eu não o ter cortado. – Disse Chris com uma expressão assassina nos olhos ainda empunhando suas katar, uma em cada mão, uma delas em posição de defesa e a outra direcionada para o inimigo. – Isso foi apenas um aviso para que não se repita o que acaba de fazer.

- Quem pensa que é para empunhar uma arma para um oficial do conselho? – Brandiu furioso avançando em direção a Chris.

- Dê mais um passo e esqueço que isso é apenas um aviso. – Advertiu assumindo posição de combate fazendo o outro estancar. – Sua patente junto ao Conselho não representa nada para mim e pouco me importa os trabalhos sujos que faz para eles em busca de redenção, não volte a importunar Manuela ou vou esquecer que somos proibidos de matar uns aos outros. – Anunciou severo.

- Vou levar ao Conselho uma queixa pelo seu comportamento. – Contou arrogante. – Sou um leal colaborador e mereço ser respeitado!

-Você é um pobre coitado que acha que em troca de seus serviços em algum momento será perdoado e aceito de volta nos céus. – Escarneceu. – Tocou o escolhido de um eterno, Manuela carrega a marca de Leon, esqueceu-se da regra implícita? – Desafiou. – Ninguém me condenaria se desse a você o que merece.

- Não contaram a você que ela é diferente? – O fitou com desprezo. – Que nesse caso a marca não importa? – Questionou com ar de superioridade.

- Que bobagem está dizendo agora para se justificar?

- Esse é um dos vários problemas de ser um desgarrado. – Caçoou. – Tão previsível! Sempre o último a saber as informações.

- Então por que não me diz, já que é tão bem informado?

Theodoro o fitou com os olhos apertados, a expressão sarcástica ao dizer.

- Você já sabe. – Afirmou desafiador. – Você sentiu também, não é servo?

- Não sei do que está falando. – Declarou frio. – Mas, que fique claro que você não toca a mulher de Leon. – Disse grave.

- Por quê? – Incitou. – É você que quer tocá-la? – Sorriu provocador encarando o outro com uma sobrancelha erguida especulativamente. – Sentiu a vibração no corpo como todos nós, não é? – Sorriu sardônico. – Claro que sentiu! Deve ter ficado furioso consigo mesmo por ter estado a um toque de distância da mulher mais preciosa já criada, mas por ser um cãozinho subserviente nem mesmo se atreveu a olhá-la. – O encarou por sob as sobrancelhas em uma expressão ameaçadora ao dizer. – Eu cheguei primeiro servo e ninguém vai tirar de mim esse prêmio.

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