Vinte e Seis

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Autora.

— Direto ao ponto senhor Uchiha. Eu gosto disso. – Asuma pronunciou assim que soltou à fumaça da primeira tragada de seus lábios. — Aceita? – Ofereceu o maço à Sasuke.

— Não, melhor não.

— Acredite, precisará de um se quer saber minha história. – Insistiu e Sasuke aceitou. Asuma acendeu-o para Sasuke. — Era meu desejo entregar a carta, acredite, mas fui impedido. Antes de lhe contar sobre isto, deixe-me questioná-lo, chegou a ler a carta?

— Sim. Vamos do início então. A carta está datada de 10 de Fevereiro de 1905. Don Kizashi faleceu na noite do dia 09, como o senhor mesmo constatou em seu laudo, então como explica a carta de um homem morto escrita na manhã do dia seguinte? – Asuma sorriu lateralmente admirado pela astucia de Sasuke.

— Fui obrigado a mudar a data também.

— Por que senhor Sarutobi? Por quem? – Ambos tragaram seus cigarros.

— Fui o penúltimo a ver o senhor Kizashi. O senhor Haruno havia me chamado no hotel na noite do dia 09 para me pedir pessoalmente que essa carta chegasse às mãos de suas filhas. Naquela noite Kizashi afirmou com toda a certeza, sem nenhuma dúvida que estava sendo envenenado por Mebuki. Disse que há tempos ele tem estado doente, e que a própria esposa cuidava pessoalmente de administrar seus medicamentos, mas que a cada dose sua saúde se deteriorava ainda mais. – Tragou mais uma vez voltando seu olhar para cima enquanto soltava a fumaça, relembrando-se daquela noite. — Ele estava completamente debilitado naquela noite. Tossia sangue, suava frio, estava pálido e sua febre passava de 38,5°C. Eu mesmo o examinei e não havia dúvidas: ele iria falecer logo.

— Por que não o ajudou quando ele adoeceu?

— Ele mesmo não desconfiava estar tão doente, e certamente no início da doença não estava. Por acreditar já ter os medicamentos necessários para melhor, decidiu não me incomodar em vir vê-lo, ficando inteiramente à mercê de sua esposa. Quando Don Kizashi tomou consciência de sua condição, era tarde demais. Seja qual for a substancia que foi usada em substituição ao seu medicamento, chegou rapidamente em seu sistema nervoso, debilitou sua função cardíaca assim como a de diversos órgãos. – Tragaram mais uma vez enquanto as perguntas surgiam na mente de Sasuke.

— Certo. Direto ao dia 10 agora. Como foi que a carta não chegou às mãos das meninas, e como foi que a data de sua morte acabou sendo alterada?

— Na primeira hora da manhã do dia 10 fui ao quarto do senhor Kizashi, que estava dormindo separadamente da senhora Mebuki. Apanhei a carta com ele e me despedi de meu amigo, o deixando para morrer em paz. Estava com as malas prontas e prestes a sair quando me veio o pensamento que me levou a minha própria condenação. Se Don Kizashi já estava beirando a morte, e acreditava ser culpa de sua esposa, por que não o levar comigo a minha cidade natal para que assim pudesse morrer em paz realmente?! Por este motivo resolvi voltar ao seu quarto para oferecer-lhe minha casa, mas quando cheguei lá... – Suspirou profundamente terminando seu cigarro, mas logo acendendo outro. — Ela estava sobre ele... Ela estava... Sufocando-o.

Aquela afirmação deixou Sasuke congelado, tentando imaginar a cena que o doutor acabará de descrever enquanto enojava-se com o tamanho da crueldade da mulher que agora era sua sogra. Sua respiração tornou-se acelerada e Neji que o observava de longe cerrou seus olhos tentando visualizar melhor o que se passava naquela mesa, e embora quisesse aproximar-se, não viu em momento algum Sasuke solicitá-lo através do código entre os dois. Quinze minutos haviam se passado desde o início da festividade, e este era o sinal para que Deidara deixasse o salão indo posicionar-se no canto esquerdo da pequena sala vazia que ficava no final do corredor escuro que dava acesso a um dos lados do saguão— de onde Shion havia vindo correndo ao encontro de Neji.

Damas ImperfeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora