Vinte e Sete

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Autora.

Tenten ofegava segurando o revólver com uma mão enquanto a outra mantinha-se em seu peito tentando resistir a dor do ferimento que havia em seu peito. Lee apareceu em alguns milésimos de segundos correndo no encalço da senhorita, segurando-a para evitar que a dor a fizesse desmaiar enquanto Neji verificava se seu irmão ainda tinha pulso. O silêncio era profundo e todos ali presentes observavam Orochimaru desfalecido manchando a cada vez mais o piso de vermelho. Acordando de seu transe, Sakura correu para acudir Tokuma, checando seus batimentos e sua respiração antes de arrancar parte do tecido fino de seu vestido para estancar o sangue e fazer um torniquete na coxa do rapaz. Após ter certeza de que seu irmão ainda tinha tempo, Neji correu para Tenten, que se mantinha escorada no corrimão com a ajuda de Lee. Seus olhares se encontraram e mesmo em meio à crise, Neji não pode deixar de sorrir para ela, apoiando-a em seus braços antes de pegá-la no colo de vez. Tenten esforçava-se para encará-lo enquanto um sorriso lateral surgia em seu rosto, mas a dor e o cansaço eram mais fortes.

— Você acordou... – Sussurrou ajeitando-a em seu colo.

— Acho que por pouco tempo... – Tenten disse sorrindo com a voz rouca.

— Vai ficar bem. Cuidarei de você.

— Tenten... – Sakura correu até sua irmã antes que ela terminasse de fechar seus olhos.

— Ela ficará bem. Agora precisamos nos preocupar com ele... – Sasuke aproximou-se tentando não retirar seus olhos de Orochimaru. — Chamaremos o detetive?

— É o correto. Amarre-o bem e conte tudo ao Kakashi. – Neji deu um passo acima nos degraus da escadaria. — Sakura... Não deixe que nenhum dos dois morra... Eu volto logo. – Pediu subindo mais degraus. — Lee venha comigo. Tem explicações a me dar.

Todos acenaram em concordância enquanto Neji subia com cuidado até alcançar o terceiro andar do Hotel, dirigindo-se de volta ao seu quarto, depositando Tenten na cama novamente para que voltasse a descansar. Lee fechou a porta atrás de si já sabendo o que viria de Neji para si, mas mesmo assim aguardou em silêncio no canto do quarto dando espaço para seu senhor e Tenten.

— Mal posso acreditar que acordou mesmo... – Afagava seu cabelo com leveza. — Então não é mesmo enfermeira... – Sorriu permitindo-se esquecer de tudo por alguns segundos.

— Não... – Sussurrou voltando a abrir seus olhos enquanto esforçava-se para levar sua mão até a mão de Neji. — Academia de tiro para cadetes... Meu pai era conhecido então me deixaram estudar lá. – Disse pausadamente em baixo tom. — Neji eu preciso te dizer que... Eu... Eu ouvi-

— Shh. Tente descansar. Vou estar aqui pra você logo. – Beijou sua testa rapidamente. — Descanse agora... Volto logo.

Neji levantou-se da cama e fechou a pequena divisa de correr que havia em seu quarto, separando a área de lazer do espaço onde a cama se encontrava. Olhou para Lee cerrando os olhos, o que fez o camareiro recuar um passo e desviar seu olhar.

— Você tinha uma tarefa Lee! Uma! – Sussurrou na expectativa de não atrapalhar Tenten, mas ainda sim havia ranço em sua voz. — Era pra mantê-la segura, vigia-la. Como foi que ela chegou lá embaixo, e armada ainda?!

— Me desculpe senhor, mas a senhorita Tenten é muito persuasiva e teimosa! Assim que acordou tentei mantê-la na cama e a expliquei o porquê, mas assim que terminei de explicá-la, ela levantou-se e apanhou a arma na gaveta. Sinto muito senhor, mas ela ameaçou meu emprego e disse que passaria por cima de mim!

— E você a deixou descer sozinha?!

— Não senhor! Eu estava em seu encalço, mas a senhorita me solicitou um agasalho urgentemente, então tive que voltar correndo para pegá-lo! Eu a disse para me esperar, mas ela continuou caminhando! Sinto muito senhor! Fiz o meu melhor! – Lee encolhia-se e dizia tudo rapidamente quase sem respirar. Neji suspirou fundo relaxando sua expressão.

Damas ImperfeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora