Trinta e Três

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Autora.

Os céus estavam acinzentados, com nuvens tão sobrecarregadas e pesadas quanto o clima que dominava as entranhas do Konoha Hotel. Ino, Gaara, Hinata, Naruto, Sakura, Sasuke, Neji e Tenten aguardavam até que os veículos responsáveis por seu transporte até a cidade vizinha estacionassem próximos a eles. O silencio era incomodo e deixava a tensão ainda mais intensa. Todos ali sabiam que seus depoimentos ajudariam a condenar à senhora Mebuki, assim como tinham a plena certeza de que a decisão tomada pelo juiz, seja qual for, seria justa. Entretanto o sentimento de perda, de luto e de dor era inegável, principalmente para as senhoras da casa, que mesmo com as circunstancias da vida, ainda assim perdiam sua mãe. O caminho até a grande metrópole moderna — e vislumbrante aos olhos de quem a visitava — foi repleto de um nervosismo incontrolável, que aumentava ainda mais a cada vez que se aproximavam da corte.

O recinto era um tanto quanto rústica se comparado aos outros edifícios da cidade, o que o dava um ar de ainda mais importância. Adentraram e posicionaram-se em seus lugares percebendo que todos os integrantes já estavam ali, com exceção dos réus. Não demorou muito para que Mebuki e Orochimaru adentrassem o recinto sendo guiados pelos agentes da lei, com os semblantes mais plenos e límpidos possíveis, como se aquele não fosse seu julgamento por diversas mortes, mas sim alguma cerimônia de premiação a ambos. Olhou com desprezo suas filhas enquanto o maitre lambia seus lábios encarando a todos os presentes. Arrepiaram-se da cabeça aos pés ao presenciar tamanha desinibição de ambos, sem quaisquer sinais de algum pingo de remorso ou arrependimento.

O juiz começou a ler em voz alta as acusações oficiais que foram declaradas pelo detetive Kakashi, logo seguindo para as cartas de cada um dos integrantes do júri. Todos haviam sido extremamente detalhistas e sinceros em suas palavras, descrevendo tudo o que vivenciaram, ouviram e descobriram sobre a vida de ambos os réus. Sakura e Tenten apertavam as mãos nas próprias pernas na tentativa falha de conter seu nervosismo. O semblante daquele senhor sua frente tornava-se cada vez mais frio, tornando cada vez mais óbvio qual seria sua decisão final sobre a sentença dos culpados. Chegou o momento da declaração dos próprios, e todos ficaram boquiabertos com tamanha hipocrisia e falsidade que aqueles dois eram capazes de alegar com tanta naturalidade a fim de salvar suas próprias peles.

Os assassinatos sendo negados, as ordens de extermínio sendo tratadas como uma grande surpresa para a senhora Haruno e lágrimas que pareciam até doer para sair de seus olhos na esperança de conseguir ser mais convicta em suas desculpas esfarrapadas e justificativas torpes de seus atos. Orochimaru não foi diferente em tentar a todo custo jogar a culpa de seus crimes cruéis em cima de sua pobre infância desprovida de amor e afeto, entretanto, o juiz que também tinha raízes pobres, não se deixou levar pelas ardilosas caras e bocas, e o discurso lamentável que o maitre fazia. Após longos minutos de silencio enquanto a vossa excelência revisava mais uma vez cada um dos papéis, o juiz ergueu seus olhos e fitou cada um ali presente. O momento havia chegado.

— Com base nos documentos que foram a mim apresentados, assim como os relatos das testemunhas, advogados e promotores, sem excluir também o discurso de cada um dos réus, eu, Akira Yakum sentencio o réu maitre Orochimaru e a réu Mebuki Haruno à morte por enforcamento público que ocorrerá neste mesmo horário, no dia seguinte! O enforcamento deverá ser realizado em sua cidade natal: o vilarejo de Konohagakure. Serão enviados agentes a fim de auxiliar a autoridade local. Os familiares e amigos de ambos poderão prestar suas despedidas na delegacia da cidade local, onde os réus deverão permanecer até o momento de sua execução. – Bateu seu malhete oficializando sua decisão. — Declaro este caso como encerrado.

Mebuki disparou tão rápido quanto uma bala em direção ao juiz, sendo impedida com sucesso pelo detetive Kakashi e seus homens enquanto a mesma vociferava palavras que, por ser uma dama, provavelmente nunca havia dito antes em toda sua vida. Sakura levantou-se abruptamente acompanhando toda aquela cena de desespero enquanto sentia seu ar faltar e suas pernas falharem, mergulhando em um episódio de choro árduo sem nem mesmo perceber quando foi que as lagrimas começaram a rolar. A sentença não foi nenhuma surpresa, mas não havia como ter se preparado para um movimento como aquele. Parecia querer dizer algo antes de se entregar aos prantos ao sentir sua irmã abraçá-la com força, sabendo o quanto Sakura precisava daquele abraço. Neji e Sasuke levantaram-se tentando ao seu modo consolar a ambas mesmo sem saberem o que dizer.

Damas ImperfeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora