24 de dezembro

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- Acorda, é Natal. – Fala de pé saltitando feito criança na cama.

- Max... Ai!... – Entoa, chateada.

- É Natal... Época boa... – Erguia as mãos para o céu. 

- Hum, que horas são?

- Oito e vinte e cinco da... não, agora são oito e vinte e seis. Por quê?

- Ah, por nada. – Seu senso de humor não estava muito bom. Ser acordada aos saltos não é tão excitante nem muito menos legal quando se estar aconchegada.

- Hoje é Natal, dia do velho Noel. Aquele velho safado: Prometeu a mim, olhe só. Ele prometeu, na verdade não foi bem uma promessa, coisa de criança. Ele disse que ia me presentear com um Nintendo! Até hoje, Amanda! – Expressa impondo seu dedo indicador para o alto, inflando as suas narinas e seus olhos.

- Max, você tem vinte e sete anos, ainda espera por esse vídeo game?

- Sim... são, digamos... é. Momento de orgulho, conseguir o que me foi prometido há vinte e três anos. – Max parecia um ditador sobre a cama, como se estivesse discursando.

- Olha, se eu fosse você compraria um mais potente do que esse. – Amanda se vira.

- Eu sei, mas, eu quero arrancar daquele velho safado. – Max ajoelha para incomodá-la.

- Max, não faça isso... – Amanda puxava o lençol com os pés.

- Esqueceu que eu sou vingativo? – Subia com os seus dedos sobre seu corpo.

- Não. Lembro muito bem a última vez que você se vingou. – Vira o rosto para ele.

- Foi ela que começou. – Max senta-se cruzando as pernas e juntando os dedos, tocando-os.

- Max, você atacou a velha. – Amanda falava em um tom sério olhando-o outra vez.

- Não, não. A velha que veio primeiro. Parecia um homem vestido de velha.

- Max, era um homem vestido de velha.  Estávamos no carnaval esqueceu? – Se descobre.

- Bem que eu desconfiei. Enfim, não interessa, vamos ver o velho Noel. – Saía da cama.

- Max, veja lá o que vai aprontar.

- Nada, só quero ver o velho Noel. – Seu olhar diminuía, enquanto esfrega repetidamente as mãos, trazendo uma atmosfera maligna ao seu olhar e feição.

Consciência: Max, o que pretendes fazer?

Max: Nada, que uns bons cascudos não resolvam!

Consciência: Não ouse em fazer, por favor!

- Max? – Amanda chamava-o e esperava uma convincente resposta.

- Oi. Desliguei de novo... devem ser as atualizações que sou forçado a fazer. Vamos?

- Para onde? – Direciona a surpresa ainda coberta até a boca e a cara amassada.

- Ora, shopping! – Faz um gesto com os ombros, levantando as mãos na linha das orelhas.

- Não. – Entona a voz sabendo que às oito horas da manhã nada que seja comercial estava aberto. Claro, as pessoas tem seus motivos.

- Ah... – Sua cara de pão brote entendia que era ainda oito da manhã e não nove. Até onde eu sei, o centro de João Pessoa sempre abre às nove da manhã, e o mais tardar, dez.

- Sem vontade. – Fala ela com a voz baixa e rouca por não ter uma saliva em sua garganta.

- Eu te compro chocolate da Cacau Show! – Ele tenta convencê-la com presentes. Ela não vai ser comprada com isso, estou convencido de que irá negar.

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