Após dias de internação, finalmente a estadia acaba e são liberados sem nenhuma sequela aparente. Amanda é a primeira a receber alta do médico, e concelhos são dados para não exaltar demais as emoções. Pois o bebê foi exposto a riscos e a ordem dada a ela foi para manter a calma em certas situações. E da sala, ouvia abobrinhas do Max, zombando dos outros porque havia recebido alta.
- Eu estou saindo... Você, medíocre... você mesmo... ficarás ainda preso!
- Até breve Max! Cuidado com o martelo do Thor. Lembre-se de proteger bem as mãos.
- Maldito, está zombando... – Max tenta avançar, mas é impedido pelos paramédicos que o acompanhava.
- Calma princesa, levou para o coração rápido demais. – O senhorzinho dava tchau de donzela, zombando mais ainda dele em mandar-lhe beijos nas mãos.
- Eu vou dizer já, já o que terá no seu coração em dois tempos.
- Gente, parem! Ou quer que eu chame a segurança? – Dizia a enfermeira parruda.
- Ok! – Exaltava com raiva, mas com aquele olhar de matador para o insulto.
- Max, não adianta. Sua mulher o espera no térreo. – A educada e autoritária com razão, o conduz expulsando da sala, empurrando pelas costas, como escolta, para evitar que ele volte.
- Está bem... – Max ao sair, estira o dedo do meio para o rapaz. O rapaz imediatamente manda um beijo nos dedos e sopra.
Chegando ao térreo, seus cumprimentos aos médicos e paramédicos foi de breve importância. Lembrava aqueles políticos que para conseguir e garantir a sua permanência no poder, aperta e beija o pobre mais pobre que existe. Usando roupas simples, sem "segurança" só com alguns babões que se não babar terá a demissão dada. Isso é bem a cara de burguês opressor e safado.
- Max, aqui! – Amanda levanta o braço acenando eufórica.
- Eu! – Max levanta o braço em resposta a ela.
- Meu pai do céu, por que motivos ele levantou? – Perguntava a si mesma com vergonha.
- Por Freud, por que a axila dela tem só um pelo? – Perguntava a si mesmo vindo em direção a ela um pouco apressado. – Amanda?
- Oi. Vamos embora, não aguento mais esse hospital. Faça o possível para não voltar.
- Eu farei... Deixa eu perguntar... esse pelo solitário que abriga o teu sovaco, é vivo?
- Como é Max? Que pelo? – Após o direcionamento de fala, automaticamente sua curiosidade a faz puxar a manga da roupa e ver assustada as axilas, a procura do pelo.
- Este que cuidas no abrigo quente. – Aquele sorriso debochado sem emitir um som sequer, quase que a deixa irritada.
- Abrigo quente? De que falas? Está insinuando aquilo? – Seu olhar de séria o punia de todas as formas.
- Não, quer isso... É você e sua mente suja. – Do nada a brincadeira deixa de ser descontraída, e vem o rosto sério.
- Minha mente é limpíssima, meu querido gafanhoto, não existe malícia em mim.
- Okay, Madre Tereza de Calcutá, eu acredito em você. – Seus olhos diante os dela estreitam, e a sua mão agarra a dela para que saíssem daquele hospital.
- Você está me irritando. Sabe que eu não posso exaltar... – Sua fala é interrompida após saírem do hospital.
- Amanda não adianta dizer que você não é safada. Se você não é internamente, você é externamente. – Puxava o sorriso de lado. – Ninguém esconde, alguns conseguem.

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Amor de papel
RomanceOlá. Sejam bem-vindos a essa loucura que lera já, já. Chamo de loucura, pois os personagens não se comportam diante o que é "convencional". A trama perpassa por um passado duvidoso entre os protagonistas, e que na medida que for lendo, coisas serã...