- Ah, enfim chegamos. Não aguento mais ver leito de hospital, pessoas de bata, mulheres com máscaras cirúrgicas, pessoas na fila de espera, agulhas, medicamentos... parece que adquiri repúdio. – Explanava a pobre grávida, sentando no sofá descalça.
- Veja, a culpa não é minha. São das circunstâncias que não me deixa passar ileso.
- Descuidado! Você é muito descuidado. Não presta atenção... Não quero mais voltar para o hospital, faça de tudo para não voltarmos.
- Você vai para o hospital. – Sua afirmação perde força após a blusa está sendo tirada, mostrando o seu corpo saudável.
- Não vou, não aguento ver... Peguei algum pânico de hospital.
- Me explique: como pretende ganhar o bebê?
- Ah... Parteira!? – Ria nervosa e cheia de dúvidas.
- Amanda, não se preocupe. Essa foi a última vez. – Retirada a blusa, usa como toalha secando seu abdômen longo.
- Não acredito no que diz, te darei uma chance. – Todo aquele jogo inocente, aguça os seus desejos.
- Obrigado. Preciso preparar algo para comermos. Mesmo com as mãos... é.
- Veja o que faz! Falo sério, não se machuque que eu não estou em condições de acompanhar ninguém em clínicas e hospitais. O médico foi bem claro no seu pedido. Quanto mais eu repouso, melhor ficarei, e o bebê não terá complicações na saúde.
- Ok, não eleve a sua preocupação. Vou concluir o que eu ia fazer.
- Você vai mexer com faca, fogo, panela quente. Deixe ao menos cicatrizar essas feridas que têm em suas mãos, Max, principalmente na mão do anel. Aquieta!
- O fogo não vai dilatar, amor... – Ele insiste em sua posição de pai alpha bobão.
- Você é teimoso! Não vou comer! Suas mãos precisam de repouso. Ligue para algum fastfood, melhor do que cozinhar e prejudicar sua reabilitação.
- Culpa... Esquece. – Inconformado por não poder cozinhar, senta-se no sofá e apanha o celular da mesa de centro, chateado. – O que quer?
- Não sei. Faz muito tempo que não comemos comida chinesa.
- Está bem. Vou acessar o aplicativo. Aqui está. Uh! Quantas variedades.
- Quero: frango crispy grande, macarrão oriental Taiwan com frango, e risoto da china pequeno. Anotou tudo? Quer dizer, selecionou?
- Minha filha, você quer a loja inteira, não? Anotei sim.
- Max meu filho, estou com fome. Não só eu, como seu filho.
- Tudo bem. Vou querer... Tem tantas coisas saborosas, ah, achei. Vou pedir isso. Pronto! Débito ou crédito? – Pergunta em suposição em qual selecionar.
- Como assim? Não é você que vai pagar?
- Seria, se eu soubesse onde está o meu cartão. – Usava a típica desculpa esfarrapada.
- Vai, débito. – Volta a balançar o pé e a se despojar no sofá.
- Espera... Ok! – Com muita pressa, digita os dados, preenchendo partes necessárias para validar a compra. – Ótimo, total: cento e trinta reais e dezenove centavos confirmo?
- Confirme. Vai demorar?
- Não. A loja fica na Epitácio Pessoa, não leva menos do que cinco minutos. Ótimo! Pedido validado e aceito. Agora, vamos nos lavar porque estamos porcos.
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Amor de papel
RomanceOlá. Sejam bem-vindos a essa loucura que lera já, já. Chamo de loucura, pois os personagens não se comportam diante o que é "convencional". A trama perpassa por um passado duvidoso entre os protagonistas, e que na medida que for lendo, coisas serã...